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O bin??mio medo-simpatia

Publicado em: 15-07-2011 | Por: bidueira | Em: Pol??tica Internacional

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O presente artigo, de autoria do Prof. Pl??nio Corr??a de Oliveira, ?? a continua????o de ???1770-1970: Uma Vis??o de Conjunto???, publicado na Folha de S??o Paulo, em 22 de fevereiro de 1970. A clarivid??ncia do autor e sua atualidade me levaram a public??-lo. ???Folha de S. Paulo???, 1?? de mar??o de 1970

O bin??mio medo-simpatia
??

Em artigo anterior, expus o panorama hist??rico da luta de classes na Fran??a, durante os ??ltimos 200 anos. Nele analisei especialmente a conduta da aristocracia ante a ofensiva vitoriosa da classe burguesa, e em seguida a da burguesia face ?? ascens??o como que inelut??vel do proletariado.
Assim, fiz notar essencialmente que:
1 ??? A vit??ria do republicanismo-burgu??s sobre o monarco-aristocratismo n??o se deveu unicamente ao fato ??? descrito muito simplisticamente por bom n??mero de divulgadores da Hist??ria de que as ???id??ias novas??? foram conquistando rapidamente adeptos sempre mais numerosos, ao passo que as ???id??ias velhas??? iam perdendo seus ???fi??is???.??A realidade foi bem mais complexa. O monarco-aristocratismo conservou vitalidade pol??tica ineg??vel, e possibilidades de vit??ria muito ponder??veis, pelo menos at?? 1870, isto ??, durante os cem anos (em n??meros redondos) que se seguiram a queda da Bastilha.
2 ??? ?? vista desta vitalidade obstinada do monarco-aristocratismo, suas enormes cat??strofes pol??ticas n??o se podem atribuir exclusivamente a uma perda dos adeptos que se bandearam para o outro lado mas ?? debilidade, face ?? t??tica sagaz da Revolu????o, dos adeptos que permaneceram fi??is;
3 ??? Essa t??tica, empregada em cada grande lance republicano-burgu??s, pode definir-se como o bin??mio medo-simpatia: a) No primeiro momento, ela consiste no desfechar de um ataque radical e violent??ssimo contra o monarco-aristocratismo. Os partid??rios deste resistem algum tanto, s??o derrotados, e os que sobrevivem passam por todos os infort??nios imagin??veis. Tudo isto os imerge no medo. b) Numa segunda fase, essa t??tica leva a Revolu????o a retroceder algum tanto, e a conceder aos derrotados da v??spera alguns bocados do que haviam tido outrora. Tal gesto desperta, da parte dos ???benefici??rios???, uma tal ou qual simpatia para com a nova ordem de coisas, e lhes prepara o esp??rito para a aceita????o de algo das doutrinas da Revolu????o. E assim se acende neles o desejo de conservar o status quo a todo transe, para que n??o se percam os bocados recuperados. O oposicionista de ontem prefere ???ceder para n??o perder???. Ceder a vaga esperan??a de recuperar o muito que perdeu, para n??o perder a frui????o do pouco que recuperou. Ele se faz ent??o situacionista, meio resignado e meio persuadido. c) Vem depois outra violenta arremetida revolucion??ria que tira aos monarco-aristocratas seus bem-amados bocados. d) Mas esta arremetida ?? seguida de novo ???retrocesso??? em que a Revolu????o restitui ao advers??rio algumas migalhas restantes dos minguados bocados que lhe tirara. e) Atua de novo o bin??mio medo-simpatia. O monarco-aristocrata cede mais uma vez ???para n??o perder??? suas adoradas migalhas. E por an??logo processo, as migalhas se v??o fazendo microsc??picas, at?? deixarem de existir. Em conseq????ncia, a vit??ria do republicanismo-burgu??s sobre o monarco-aristocratismo se deveu em grande parte a uma t??tica muito sagaz, que deteriorou neste o esp??rito de luta, a capacidade de resist??ncia e a esperan??a de uma cabal vit??ria.

* * *

An??logo processo, o comunismo vem empregando em rela????o ?? burguesia. E com ??xito ainda maior. O reinado da burguesia na Fran??a come??ou a parecer definitivo pelo menos a muitos a partir de 1870. Vejamos como se desenrolou o processo medo-simpatia a partir dessa data: 1 ??? MEDO. A terr??vel explos??o da Comuna de Paris em janeiro de 1871, com seus inc??ndios, seus fuzilamentos, suas cenas de rua em estilo jacobino, deu aos burgueses a sensa????o de que os dias do Terror poderiam voltar de um momento para outro. Resultado: o p??nico. Essa sensa????o foi prolongada continuamente durante a ???Belle ??poque??? por uma agita????o de massas liderada por chefes com o ???facies??? sombrio e sanhudo, por atentados anarquistas espetaculares etc. A isto que continuou mais ou menos depois da I Guerra Mundial se somou, no per??odo de ???entre les deux guerres???, a impress??o causada pela dram??tica implanta????o do comunismo na R??ssia, a onda comunista a custo reprimida na Hungria, na ??ustria, na Alemanha e na It??lia, as persegui????es comunistas dram??ticas no M??xico e na Espanha etc. Os ??xitos do comunismo depois da II Guerra Mundial acentuaram ainda mais este p??nico. As perspectivas de uma guerra at??mica leva-os em muitos setores ao paroxismo. 2 ??? SIMPATIA. Uma longa s??rie de vit??rias da Revolu????o, em sua fase antimon??rquico-aristocr??tica e depois em sua fase antiburguesa, induz os burgueses de si imensamente menos combativos do que os nobres a n??o lutar. Ao lado deles, ordeiro, letrado, risonho, polido, vem o socialismo, que lhes promete uma ajuda se eles ???cederem para n??o perder???. Que os burgueses entreguem parte do p??o: os socialistas o ajudar??o, contra o comunismo, a conservar a outra parte. O burgu??s, para ganhar um aliado sem o qual a vit??ria lhe parece imposs??vel, deixa-se persuadir. E cede. Cede at?? com certa simpatia, quer porque sua forma????o teoricamente igualit??ria o preparara para o socialismo, quer porque o socialismo lhe parecia um protetor. Feita a concess??o, havia um per??odo de relativa paz. 3 ??? NOVO MEDO. Na extrema esquerda, o radicalismo e a viol??ncia se reacendem. O burgu??s se apavora novamente. 4 ??? NOVA SIMPATIA. O socialismo se acerca mais uma vez do burgu??s. Promete-lhe coligar-se com ele contra o comunismo, se o burgu??s ceder seus bocados, e se contentar com algumas migalhas. O burgu??s ???cede, para n??o perder??? tudo. Nova simpatia. Nova distens??o. Depois nova tens??o, e assim por diante.

* * *

Em suma, sem jamais subir ao poder, o PC, astutamente auxiliado pelo socialismo, vai conseguindo a metamorfose da sociedade burguesa. Isto na Europa. S?? na Fran??a? Quem n??o v?? que o processo se tornou universal? O leitor se perguntar?? a que altura do processo revolucion??rio, operado pelo bin??mio medo-simpat??a, estamos nos dias de hoje. Na selva das ???cis??es??? comunistas, no tremedal das manobras socialistas, progressistas e ???sapas???, procurarei apontar no pr??ximo artigo a quantas estamos deste processo em prim??rdios de mar??o de 1970 Como o leitor ver??, uma das figuras centrais do panorama ser?? Roger Garaudy.

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