Natal, saudades do passado!
Publicado em: 20-12-2015 | Por: bidueira | Em: CONTOS DE NATAL, Fam??lia, Festas religiosas, Nova et Vetera, SITUA????O NACIONAL
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NATAL
Ralph Ros??rio Solimeo
Que saudades eu sinto dos Natais da minha inf??ncia: daquela singeleza e religiosidade com que se preparavam as festas para receber O Menino Deus.
Sendo uma festa da fam??lia, a azafama era grande em todas as casas: faziam-se roscas, docinhos, bolos, preparavam-se bebidas, n??o s?? para o almo??o do Natal, mas para se recepcionarem os amigos, que vinham dar os seus cumprimentos, pois, principalmente nessa ??poca, a cidade toda se irmanava num esp??rito de amor e amizade.
?? Missa do Galo, que diferentemente dos dias de hoje, era celebrada ?? meia noite, comparecia quase a totalidade do povo da cidadezinha, todo mundo envergando a melhor roupa, que possu??a, nem sempre nova, naqueles tempos de pen??ria.
Na igreja, nos primeiros bancos da esquerda, ficavam os meninos e as meninas da Cruzada Eucar??stica, com suas faixas de cetim amarelo atravessadas no peito; logo atr??s os Congregados Marianos, identificados pela fita azul ao pesco??o: ?? direita, se colocavam As Filhas de Maria, onde o branco de suas vestes indicava a condi????o de virgens solteiras e, depois destas, a Associa????o do Sagrado Cora????o de Jesus, integrada pelas mulheres casadas. Todas as mulheres se cobriam com v??us: as solteiras com v??us brancos e as casadas com v??us negros.
Antes do in??cio da Missa, ?? meia noite, entrava em prociss??o solene a imagem do Menino Jesus, para ser entronizada no Pres??pio. O Coro cantava o Adeste Fideles e, embora a maioria dos presentes n??o soubesse Latim, entoava o estribilho:
Venite adoremus,
Venite adoremus
Venite adoremus,
Dominum.
Ningu??m falava em papai noel, nem pensava em ganhar presentes: todos n??s sab??amos da dureza da vida e das dificuldades de nossos pais para sustentar a sua numerosa prole, com dignidade, embora na pobreza.
Quando nas aulas de Catecismo ouv??amos da recusa dos moradores de Bel??m em abrigar a Virgem, para que ela desse ?? luz ao seu divino filho, todos n??s, naquela inoc??ncia de ent??o, revoltados com a maldade daqueles homens, afirm??vamos convictos:
_Ah! Se eu vivesse naquela ??poca teria dado o meu quarto para que Jesus nele nascesse e nunca mais fosse embora.
Mas, naquela ??poca eles rejeitaram Jesus sem O conhecer e hoje, que O conhecemos, ser?? que todos n??s O acolher??amos?
Certamente que n??o. Atualmente a festa do Menino Deus vem perdendo a sua conota????o religiosa. As comemora????es do Natal est??o centradas na compra dos presentes, nas viagens, nas ceias. Comemora-se um anivers??rio, mas o aniversariante n??o ?? convidado e, na maioria das vezes, sequer lembrado. Uma expressiva maioria de pais, que se dizem crist??o, substituiu no cora????o de seus filhos o Menino Jesus, pelo papai noel. Esta figura midi??tica, s??mbolo de um consumismo, muitas vezes inconseq??ente, ?? o grande personagem do Natal: trocaram-se as B??n????os Eternas do Menino-Deus, pela efemeridade das coisas do mundo.
Alguns tendo recebido Jesus no seu cora????o, embora ainda afirmem am??-Lo, aos poucos, O v??o expulsando, enchendo os seus cora????es com as coisas do mundo, de tal sorte que, sem espa??o para continuar l?? habitando, Jesus se v?? ???obrigado??? a deix??-lo.
Outros, O expulsaram deliberadamente, pois desejam levar uma vida de permissivismo, erotismo, gan??ncia, luxuria, vaidades e todos os tipos de prazeres do mundo, incompat??veis com a presen??a de Cristo.
Ainda h?? aqueles, que mergulhados nas loucuras do mundo moderno, n??o tiveram tempo sequer para O conhecer.
Abandonemos todas as fatuidades deste mundo e voltemos ?? inoc??ncia da nossa inf??ncia para que o Menino Jesus possa renascer em nossos cora????es puros e neles permanecer para sempre.
Ralph
Sendo uma festa da fam??lia, a azafama era grande em todas as casas: faziam-se roscas, docinhos, bolos, preparavam-se bebidas, n??o s?? para o almo??o do Natal, mas para se recepcionarem os amigos, que vinham dar os seus cumprimentos, pois, principalmente nessa ??poca, a cidade toda se irmanava num esp??rito de amor e amizade.
?? Missa do Galo, que diferentemente dos dias de hoje, era celebrada ?? meia noite, comparecia quase a totalidade do povo da cidadezinha, todo mundo envergando a melhor roupa, que possu??a, nem sempre nova, naqueles tempos de pen??ria.
Na igreja, nos primeiros bancos da esquerda, ficavam os meninos e as meninas da Cruzada Eucar??stica, com suas faixas de cetim amarelo atravessadas no peito; logo atr??s os Congregados Marianos, identificados pela fita azul ao pesco??o: ?? direita, se colocavam As Filhas de Maria, onde o branco de suas vestes indicava a condi????o de virgens solteiras e, depois destas, a Associa????o do Sagrado Cora????o de Jesus, integrada pelas mulheres casadas. Todas as mulheres se cobriam com v??us: as solteiras com v??us brancos e as casadas com v??us negros.
Antes do in??cio da Missa, ?? meia noite, entrava em prociss??o solene a imagem do Menino Jesus, para ser entronizada no Pres??pio. O Coro cantava o Adeste Fideles e, embora a maioria dos presentes n??o soubesse Latim, entoava o estribilho:
Venite adoremus,
Venite adoremus
Venite adoremus,
Dominum.
Ningu??m falava em papai noel, nem pensava em ganhar presentes: todos n??s sab??amos da dureza da vida e das dificuldades de nossos pais para sustentar a sua numerosa prole, com dignidade, embora na pobreza.
Quando nas aulas de Catecismo ouv??amos da recusa dos moradores de Bel??m em abrigar a Virgem, para que ela desse ?? luz ao seu divino filho, todos n??s, naquela inoc??ncia de ent??o, revoltados com a maldade daqueles homens, afirm??vamos convictos:
_Ah! Se eu vivesse naquela ??poca teria dado o meu quarto para que Jesus nele nascesse e nunca mais fosse embora.
Mas, naquela ??poca eles rejeitaram Jesus sem O conhecer e hoje, que O conhecemos, ser?? que todos n??s O acolher??amos?
Certamente que n??o. Atualmente a festa do Menino Deus vem perdendo a sua conota????o religiosa. As comemora????es do Natal est??o centradas na compra dos presentes, nas viagens, nas ceias. Comemora-se um anivers??rio, mas o aniversariante n??o ?? convidado e, na maioria das vezes, sequer lembrado. Uma expressiva maioria de pais, que se dizem crist??o, substituiu no cora????o de seus filhos o Menino Jesus, pelo papai noel. Esta figura midi??tica, s??mbolo de um consumismo, muitas vezes inconseq??ente, ?? o grande personagem do Natal: trocaram-se as B??n????os Eternas do Menino-Deus, pela efemeridade das coisas do mundo.
Alguns tendo recebido Jesus no seu cora????o, embora ainda afirmem am??-Lo, aos poucos, O v??o expulsando, enchendo os seus cora????es com as coisas do mundo, de tal sorte que, sem espa??o para continuar l?? habitando, Jesus se v?? ???obrigado??? a deix??-lo.
Outros, O expulsaram deliberadamente, pois desejam levar uma vida de permissivismo, erotismo, gan??ncia, luxuria, vaidades e todos os tipos de prazeres do mundo, incompat??veis com a presen??a de Cristo.
Ainda h?? aqueles, que mergulhados nas loucuras do mundo moderno, n??o tiveram tempo sequer para O conhecer.
Abandonemos todas as fatuidades deste mundo e voltemos ?? inoc??ncia da nossa inf??ncia para que o Menino Jesus possa renascer em nossos cora????es puros e neles permanecer para sempre.
Ralph