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Neg??cios nada republicanos

Publicado em: 02-07-2017 | Por: bidueira | Em: DIREITO DE PROPRIEDADE, PT, SITUA????O NACIONAL

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Neg??cios nada republicanos

P??ricles Capanema

A todo momento leio: ???em tratativa nada republicana???, ???em conversas nada republicanas???. Fui ao Google e coloquei nada republicano, nada republicanos, nada republicana, nada republicanas. Milhares de entradas. Contudo, nunca ouvi ningu??m em meus c??rculos empregar a express??o. Sintoma de que ?? muito utilizada na opini??o que publica, pouco ou nunca na opini??o p??blica.

Contudo, sempre me pareceu express??o disparatada ??? pelo menos no Brasil. Espanta-me que ningu??m tenha tido a iniciativa, comezinho bom senso, de invert??-la. Para corresponder ?? realidade, obviamente se deveria dizer entre n??s quando nos referirmos a maroteiras : ???em tratativas tipicamente republicanas???, ???em conversas genuinamente republicanas???. Um exemplo: ???Em atitude tipicamente republicana, Michel Temer, na calada da noite, sem registro na agenda, recebeu Joesley Batista no Jaburu???.

??? Eu t?? de bem com o Eduardo.

??? Tem que manter isso, viu?

??? Todo m??s, tamb??m, e t?? segurando as pontas, t?? indo. […] t?? meio enrolado aqui, n??, no processo assim???

??? Voc?? est?? sendo investigado.

??? Isso, ??, investigado. […] Eu dei conta de um lado do juiz, d?? uma segurada.

??? Est?? segurando os dois?

??? T??

??? ??timo, ??timo.

??? Segurando os dois. E eu consegui um procurador, dentro da for??a tarefa, que est?? tamb??m me dando informa????o.

Nenhuma d??vida, di??logo autenticamente republicano. Sei, sei, algu??m vai observar, na Rep??blica romana havia eleva????o e probidade nos homens p??blicos. Seriam os modelos. A mais, possivelmente a express??o ter?? ra??zes em var??es de Plutarco, qualificativo esteado no livro ???Vidas paralelas???, biografias de gregos e romanos ilustres, com servi??os relevantes ao bem comum. Sei l??. Ou veio de ???Da Rep??blica??? de C??cero. Quem sabe. Sempre longe de nossa realidade.

Acho igualmente absurdo buscar inspira????o na Revolu????o Francesa, cujos l??deres, em larga medida, foram bandidos, mentirosos, assassinos, tiranos e ladr??es. Inspira????o na a????o pol??tica de Robespierre, Danton, Marat? Santo Deus.

Do mesmo modo, embora usadas a torto e a direito, n??o fazem sentido ??tica republicana, esp??rito republicano, para significar honestidade, dec??ncia, morigera????o, comedimento, dignidade, interesse real pelo bem comum. N??o devemos esbofetear a realidade, as palavras devem refletir os fatos.

Os vitoriosos do golpe de 15 de novembro de 1889 ofereceram a dom Pedro II grande quantia em dinheiro (j?? come??ava ali a pr??tica do mensal??o). O Imperador recusou com a resposta que hoje provocaria muxoxo gaiato nos republicanos aut??nticos: ???Com que autoridade estes senhores disp??em do dinheiro p??blico????

A honestidade generalizada no trato do dinheiro p??blico sobreviveu no Brasil enquanto durou a gera????o de homens p??blicos formados no Imp??rio. Foi o que, ali??s, constatou o historiador Jos?? Murilo de Carvalho: ???O comportamento pol??tico do monarca foi marcado pelo escrupuloso cumprimento da Constitui????o e das leis, pelo respeito n??o menos escrupuloso ao dinheiro p??blico, pela garantia da liberdade de express??o. [???] Seu governo deixou uma tradi????o de valoriza????o das institui????es que, apesar de quebrada pelo golpe republicano, foi recuperada na Primeira Rep??blica e talvez esteja viva at?? hoje. [Seu governo] legou um padr??o de comportamento pol??tico que tamb??m sobreviveu nas primeiras d??cadas republicanas???.

O erudito historiador continua com pirueta inesperada, surpreendente salto triplo carpado, sustentando que havia valores republicanos no Imp??rio, desapareceram na Rep??blica e a falha foi do Imp??rio por n??o os ter incutido como deveria; ???O que menos sobrevive hoje s??o os valores e atitudes republicanos. Na raiz deste retrocesso talvez esteja uma das falhas do sistema imperial, herdada pela Primeira Rep??blica: a incapacidade de […] promover a expans??o da cidadania pol??tica. […] O apelo ?? republicaniza????o […] pode ter ainda hoje, como uma de suas refer??ncias, o exemplo de Pedro II. Republicanizando-se, o regime completar?? a heran??a imperial???.

J?? que a rep??blica institucionalizou a bandalheira, para torna-la promotora do bem comum o engenhoso historiador sugere tornar dom Pedro II refer??ncia para o regime e manter a heran??a imperial.

Outra cambalhota que ajuda o regime republicano. O mesmo historiador busca no s??culo 17 (1633), com um jesu??ta famoso, o sentido em que poder??amos autenticamente utilizar a palavra rep??blica, mas j?? agora sem nada ter a ver com regime pol??tico. O padre Sim??o de Vasconcelos (1597-1671) escreveu: ??????Nenhum homem nesta terra ?? rep??blico, nem vela nem trata do bem comum, sen??o cada um do seu particular???. Entenderam? Rep??blico tem rela????o com res publica, coisa p??bica, bem comum. Poderemos ter o monarquista rep??blico, o republicano rep??blico, o democrata rep??blico. E vai por a?? afora.

Declaro-me vencido. ??Matizo minha opini??o. Acompanhando o jesu??ta, acep????o usual daquela ??poca, podemos empregar a express??o nada republicano. Mas, cuidado, nunca a ligar ?? Rep??blica brasileira, nem ?? Revolu????o Francesa, o que a tornaria contaminada por doen??a grave. Lembremo-nos unicamente do padre Sim??o de Vasconcelos.

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