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Novo Projeto de Bolsonaro muda Estatuto do Desarmamento, mas ainda n??o atende ?? aspira????o de porte

Publicado em: 21-12-2019 | Por: bidueira | Em: Ambientes, Costumes, Desarmamento, Leg??tima Defesa, PLD em Foco, Seguran??a P??blica, SITUA????O NACIONAL, Tradi????es

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Novo Projeto de Bolsonaro muda Estatuto do Desarmamento, mas ainda n??o atende ?? aspira????o de porte

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MIGRA????O REDENTORA

Publicado em: 16-12-2019 | Por: bidueira | Em: Ambientes, Costumes, Fam??lia, Mour??o, SITUA????O NACIONAL, Tradi????es

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Migra????o??redentora

??P??ricles Capanema

??Sempre me impressionaram as soltas de pombos-correio. Voam em c??rculos largos, duas ou tr??s voltas e, s??bito, como que acabada a indecis??o, tomam rumo, flechas no retorno ao pombal. Por que os c??rculos ascensionais das aves? N??o sabem que curso escolher? De qualquer modo, fazem imagem linda das divaga????es do esp??rito. Umas, perda de tempo, n??o se alteiam como eles. Diferente outras, sobem, volteiam, mas, bem colocadas, antecedem de pouco a fixa????o do objetivo. Por vezes de uma vida toda, como os voos dos pombos-correio, n??o raro linhas de mil quil??metros at?? os columb??rios.

??Permito-me divagar um pouco sobre migra????es, mas tenho norte ??? hoje pode surpreender. Migra????es lembram caminhadas, jornadas, marchas, percurso, trajet??ria. E depois, termo, parada, chegada, ??xito, triunfo. Ou fracassos e decep????es.

??Em incont??veis casos, repletas de simbolismos, as migra????es brilham pelos s??culos com enorme poder evocativo. Rememoro duas de raiz b??blica. A migra????o dos judeus, os filhos de Jac??, para o Egito, precedida da venda de Jos?? como escravo pelos irm??os a mercadores ismaelitas. Pretexto do crime dos irm??os: Jos?? era um sonhador. Ali??s, n??o custa lembrar, pela vida afora, muitos de n??s, ???sonhadores???, somos como Jos??, vendidos por quem menos se espera, na busca de vantagens passageiras.

??Os anos passaram, Jos??, o escravo fracassado e vendido, teve carreira fulgurante. E nos deixou grande li????o de perd??o. Aos irm??os envergonhados, as palavras doces do rebento rejeitado, pelas m??os de Deus al??ado a ministro do fara??, mandachuva de um imp??rio, que apenas diz: ???Eu sou Jos??, vosso irm??o, a quem vendestes para o Egito???. Depois de 400 anos, outra migra????o, os judeus est??o de volta, guiados por Mois??s, vagueiam quarenta anos pelo deserto do Sinai, no retorno ?? terra prometida, Cana??.

??Outro exemplo, migrou tamb??m o filho pr??digo da casa paterna, levando a heran??a rica, que dilapidou na farra. E depois, pobre, arrependido, fez a jornada de volta. ???Pai, pequei contra o c??u e contra ti. J?? n??o sou digno de ser chamado teu filho???.

??Tantas outras migra????es e das mais variadas naturezas. Vou tratar de uma delas, das mentalidades, no seio da opini??o p??blica e no mundo oficial. Acontece no Brasil e ?? migra????o que tem potencialidades para ser redentora.

??Vamos ao ponto. Em 17 de novembro de 1889 o governo provis??rio expulsou a Fam??lia Imperial do Brasil. Em 21 de dezembro o decreto de banimento foi publicado. Dom Pedro II e fam??lia n??o podiam voltar, n??o podiam os membros da Fam??lia Imperial possuir bens im??veis aqui; se tivessem estavam obrigados a vend??-los em dois anos, extintas ficavam as dota????es oficiais. Come??ava tentativa de varr??-los da hist??ria brasileira. Era uma forma de passar borracha no passado, recurso de legitima????o da rep??blica. Com a consequente batalha em torno de s??mbolos, imagens e comemora????es se iniciava uma nova era que proclamava e desejava ser inequ??voca ruptura com a anterior.

??N??o aconteceu e n??o funcionou. De fato, pouco depois, espontaneamente, o Brasil de alto a baxo se recusou a tomar uma atitude jacobina e deu in??cio a movimento oposto, a reaproxima????o com a Fam??lia Imperial. Multiplicavam-se em escolas, rodovias, edif??cios, empresas, os nomes de Pedro II, Leopoldina, Princesa Isabel. Cidades eram mem??ria viva, Teres??polis, Petr??polis, Joinville. E come??avam a ser apresentados na C??mara um atr??s do outro projetos para cancelar o banimento da Fam??lia Imperial, o primeiro dos quais em 5 de agosto de 1891, menos de dois anos depois do golpe de 15 de novembro, da lavra dos deputados Caetano e Albuquerque e Anfil??fio de Carvalho. N??o prosperou, claro.

??Um marco dessa migra????o (reencontro, outro nome), pelo impacto enorme, merece recorda????o especial: o retorno ao Brasil do bar??o do Rio Branco (1845 ??? 1912) em 1?? de dezembro de 1902, depois de 26 anos no Exterior para assumir o minist??rio das Rela????es Exteriores. Fruto aut??ntico do ambiente social e pol??tico do 2?? Reinado, permaneceu na chefia da diplomacia brasileira ao longo de quatro presidentes ??? Rodrigues Alves, Afonso Pena, Nilo Pe??anha e Hermes da Fonseca. Faleceu no cargo, marcou dire????o at?? hoje prevalente.

??Rio Branco triunfara na Europa e nos Estados Unidos em quest??es delicadas de fronteiras com consagradoras manifesta????es de intelig??ncia, erudi????o e tato. Coberto de louros, convidado para o minist??rio, foi apote??tica e reveladora sua chegada no Rio de Janeiro. O navio que o trouxe entrou no porto rodeado de embarca????es. Ao meio dia saltou em terra, onde multid??o enorme o esperava. Fisionomia serena e senhorial, bigode forte, presen??a e dom??nio de cena impressionante, lembrava tanta coisa, os modos e o jeito de Bismarck, recordava em especial o Imp??rio e seus homens p??blicos, evocava a Fam??lia Imperial, revivia um mundo que deixara saudades e que se recusava a morrer. Ali era seu mais qualificado representante.

??Segundo ??lvaro Lins, foi assim que o povo e o mundo oficial celebraram Rio Branco: ???O percurso pelas ruas da cidade veio a constituir uma cena espetacular. Do pr??stito faziam parte representa????es de todas as classes e entidades sociais: do Governo, da C??mara e do Senado, do Ex??rcito, da Marinha, do corpo diplom??tico, do corpo consular, das escolas militares, dos col??gios oficiais e particulares, de associa????es religiosas, de sociedades culturais e liter??rias, de institui????es cient??ficas, de clubes mundanos, das escolas de Direito, Medicina e Engenharia, do com??rcio, da ind??stria, das reparti????es p??blicas de diversos minist??rios, dos veteranos da guerra do Paraguai. Clarins e bandas de m??sica anunciavam a sua passagem. Por toda parte se via o seu retrato. As ruas estavam embandeiradas, num espet??culo festivo de cores e d??sticos, e das sacadas atiravam-lhe flores. Coberta de flores tamb??m estava, desde a v??spera, a est??tua do Visconde do Rio-Branco.???. Este mundo estava banido?

??O nome, Jos?? Maria da Silva Paranhos J??nior. Poderia ser chamado de dr. Jos?? Maria, dr. Jos??, seu Juca, o Paranhos, Juquinha, Zeca Paranhos, Juninho. Nada pegaria. Era o bar??o ou Rio Branco. Firmava Rio Branco, o jameg??o valia; n??o dava bola para a supress??o do t??tulo, lavra da rep??blica, nem para a obriga????o de utilizar seu nome de registro. Desinibidamente usou o t??tulo supresso e nunca escondeu as convic????es monarquistas. Estava banido o Imp??rio? Estava banida a Fam??lia Imperial? Nada mais artificial, brutal e posti??o.

Por que deixou a Europa, depois de 26 anos l????? O governo necessitava dele n??o apenas para negocia????es diplom??ticas importantes. Precisava de sua irradia????o para se cobrir de respeitabilidade. Punha ?? frente da pasta do Exterior e como figura de proa dos homens p??blicos um garantidor da ordem, um expoente da cultura, modelo de efici??ncia e senso pr??tico na gest??o dos neg??cios estrangeiros. Elevava assim sua estatura nas Am??ricas e at?? no mundo. O retrocesso republicano prejudicava, era urgente um avan??o, imprescind??vel acabar com o descompasso entre o Brasil e o mundo civilizado. Para tudo isso Rio Branco servia como uma luva.

??No fundo do palco cuja figura principal era o bar??o, desenhava-se a figura da Fam??lia Imperial, sem cuja a????o dificilmente se formariam figuras p??blicas como a que dominava a cena p??blica nacional. Ela voltava aos poucos, reconquistava espa??os. O reencontro se consolidava, evaporava-se o plano de confin??-la, esquecida, na Europa.

??Em dezembro de 1919, depois da derrota de numerosos projetos semelhantes extinguindo o banimento, o deputado mineiro Francisco Valadares (aparentado com o senador Benedito Valadares), mais uma vez, prop??s o fim do banimento. J?? estava escandaloso o caso. O Congresso aprovou-o. Em 3 de setembro de 1920, foi assinado no Catete o decreto que revogava o banimento. A Fam??lia Imperial podia voltar; era v??spera do centen??rio da Independ??ncia, realizada por um de seus membros.

??Voltou, ela que nunca deveria ter sa??do. Houve gradual reinser????o de figuras da Fam??lia Imperial na sociedade brasileira. Acelerou-se a trajet??ria da Fam??lia Imperial para o centro da vida nacional e continuou a derrubada das barreiras artificiais entre ela e a opini??o nacional.

Um salto sobre muitos acontecimentos. Hoje temos dom Bertrand homem p??blico, dom Luiz Philippe homem p??blico, dom Rafael come??ando a se firmar:?????Fomos ensinados desde pequenos a ser vistos como exemplos???. O presidente Bolsonaro declara a dom Luiz Philippe: ???Voc?? deveria ter sido meu vice, e n??o esse Mour??o a?????. E o ministro da Educa????o escreve textos assim: ???N??o estou defendendo que voltemos ?? Monarquia, mas o que, diabos, estamos comemorando hoje? H?? 130 anos foi cometida uma inf??mia contra um patriota, honesto, iluminado, considerado um dos melhores gestores e governantes da Hist??ria???. E ainda: ???O Imp??rio??teve seus dois principais atos assinados por mulheres educadas, inteligentes e honestas. Elas nos governaram bem antes de Dilma. A Lei ??urea e nossa Independ??ncia foram assinadas respectivamente pela Princesa Isabel e por Dona Leopoldina???.

??Chamo a aten????o para ponto quase nunca enfatizado: a naturalidade generalizada com tal situa????o, da qual dei poucos exemplos acima. Todo mundo acha normal fatos assim, se tirarmos a minoria jacobina, petrificada em preconceitos j?? de h?? muito envelhecidos. Raz??o? N??o s??o raios em sol sereno, inserem-se naturalmente dentro de processo j?? velho de mais de um s??culo, que vem ganhando volume, com o qual todos convivemos. Dois movimentos: a Fam??lia Imperial caminhou, em longa marcha, para o centro da vida nacional; o segundo, o Brasil andou, d??cadas afora, em dire????o a ela. Penso, sintoma da migra????o, um plebiscito como o de 1993, causa bem apresentada e propaganda bem conduzida, daria muito mais que os 10% da ??poca.

??At?? onde nos conduzir??o as duas migra????es? N??o sei, ningu??m sabe. Mas sei, enquanto a Fam??lia Imperial representar honestidade, moralidade, simplicidade, esplendor, harmonia, em suma, ser esperan??a de garantidora de uma sociedade estaqueada na fam??lia e promovendo incont??veis plenitudes de natureza v??ria de que o Brasil necessita e pode abrigar, muito dificilmente ter?? fim tal migra????o. S??o os 40 anos no Sinai. E estou certo, ter?? sido migra????o redentora. Que s??o Pedro de Alc??ntara, padroeiro da Fam??lia Imperial, lhe ajude e ajude a todos n??s nessa caminhada, que ?? pelo bem nacional.