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Ambientes, Costumes, Civiliza????o

Publicado em: 10-02-2013 | Por: bidueira | Em: CONTOS DE NATAL, Fam??lia, Nova et Vetera, VIAGENS

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Era assim mesmo, principalmente no interior de Minas…
Lindo texto!!!

“O TEMPO PASSOU E ME FORMEI EM SOLID??O”
Jos?? Ant??nio Oliveira de Resende
(Professor de Pr??tica de Ensino de L??ngua Portuguesa, do Departamento de Letras, Artes e Cultura, da Universidade Federal de S??o Jo??o Del-Rei/MG).

Sou do tempo em que ainda se faziam visitas. Lembro-me de minha m??e mandando a gente caprichar no banho porque a fam??lia toda iria visitar algum conhecido.

??amos todos juntos, fam??lia grande, todo mundo a p??. Geralmente, ?? noite.
Ningu??m avisava nada, o costume era chegar de paraquedas mesmo. E os donos da casa recebiam alegres a visita. Aos poucos, os moradores iam se apresentando, um por um.

– Olha o compadre aqui, garoto! Cumprimenta a comadre.

E o garoto apertava a m??o do meu pai, da minha m??e, a minha m??o e a m??o dos meus irm??os. A?? chegava outro menino. Repetia-se toda a diplomacia.

– Mas vamos nos assentar, gente. Que surpresa agrad??vel!

A conversa rolava solta na sala. Meu pai conversando com o compadre e minha m??e de papo com a comadre. Eu e meus irm??os fic??vamos assentados todos num mesmo sof??, entreolhando-nos e olhando a casa do tal compadre.

Retratos na parede, duas imagens de santos numa cantoneira, flores na mesinha de centro… casa singela e acolhedora. A nossa tamb??m era assim.

Tamb??m eram assim as visitas, singelas e acolhedoras. T??o acolhedoras que era tamb??m costume servir um bom caf?? aos visitantes. Como um anjo benfazejo, surgia algu??m l?? da cozinha – geralmente uma das filhas – e dizia:

– Gente, vem aqui pra dentro que o caf?? est?? na mesa.

Tratava-se de uma meton??mia gastron??mica. O caf?? era apenas uma parte:
p??es, bolo, broas, queijo fresco, manteiga, biscoitos, leite… tudo sobre a mesa.

Juntava todo mundo e as piadas pipocavam.
As gargalhadas tamb??m.
Pra que televis??o?
Pra que rua?
Pra que droga?
A vida estava ali, no riso, no caf??, na conversa, no abra??o, na esperan??a…
Era a vida respingando eternidade nos momentos que acabam….
Era a vida transbordando simplicidade, alegria e amizade…

Quando sa??amos, os donos da casa ficavam ?? porta at?? que vir??ssemos a esquina. Ainda nos acen??vamos. E volt??vamos para casa, caminhada muitas vezes longa, sem carro, mas com o cora????o aquecido pela ternura e pela acolhida.

Era assim tamb??m l?? em casa. Receb??amos as visitas com o cora????o em festa… A mesma alegria se repetia. Quando iam embora, tamb??m fic??vamos, a fam??lia toda, ?? porta. Olh??vamos, olh??vamos… at?? que sumissem no horizonte da noite.

O tempo passou e me formei em solid??o. Tive bons professores:
televis??o, v??deo, DVD, e-mail…
Cada um na sua e ningu??m na de ningu??m.
N??o se recebe mais em casa.
Agora a gente combina encontros com os amigos fora de casa:

– Vamos marcar uma sa??da!… – ningu??m quer entrar mais.

Assim, as casas v??o se transformando em t??mulos sem epit??fios, que escondem mortos an??nimos e ossibilidades enterradas. Cemit??rio urbano, onde perambulam zumbis e fantasmas mais assustados que assustadores.

Casas trancadas. Pra que abrir? O ladr??o pode entrar e roubar a lembran??a do caf??, dos p??es, do bolo, das broas, do queijo fresco, da manteiga, dos biscoitos do leite…

Que saudade do compadre e da comadre!

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