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???Fant??stico???, de 19/07/2020: apenas mais uma prova do maligno des??gnio por tr??s da globolixo.

Publicado em: 22-07-2020 | Por: bidueira | Em: Ambientes, Costumes, Desarmamento, DIREITO DE PROPRIEDADE, Leg??tima Defesa, PLD em Foco, Seguran??a P??blica, SITUA????O NACIONAL

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PLD em Foco

Coronel Paes de Lira comenta

O Ex??rcito, estranhamente, parece querer repristinar portarias revogadas por ordem de Bolsonaro

Publicado em: 10-07-2020 | Por: bidueira | Em: Costumes, Desarmamento, DIREITO DE PROPRIEDADE, Leg??tima Defesa, PLD em Foco, Seguran??a P??blica

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Pela Legitima Defesa

Cel. Paes de Lira comenta

Bolsonaro declara prioridades ?? C??mara de Deputados

Publicado em: 07-02-2020 | Por: bidueira | Em: Costumes, Desarmamento, Leg??tima Defesa, PLD em Foco, Seguran??a P??blica, SITUA????O NACIONAL

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PLD em Foco

Cel. Paes de Lira comenta

Bolsonaro declara prioridades a uma C??mara de Deputados que inaugura muito mal?? o ano legislativo

Dom Bosco, um dos maiores santos do s??culo XIX

Publicado em: 01-02-2020 | Por: bidueira | Em: Festas religiosas, Tradi????es

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No dia 31 de janeiro de 1888 encerrou-se a carreira terrena daquele que assim foi elogiado pelo grande Papa Pio IX: ???Em Dom Bosco o sobrenatural havia chegado a ser natural, e o extraordin??rio, ordin??rio, e a legenda ??urea dos s??culos passados, realidade presente???.

  • Plinio Maria Solimeo

Neste artigo nos deteremos apenas em alguns aspectos da vida de S??o Jo??o Bosco, pois em artigos anteriores j?? apresentamos a magn??fica biografia desse ilustre santo e grande taumaturgo.

Dom Bosco j?? em vida gozava de fama de santidade. Sua rica personalidade encheu praticamente todo o s??culo XIX. Como comenta o Cardeal Pedro Maffi, Arcebispo de Pisa,?????a vida de Dom Bosco ?? t??o densa, t??o variada e tem t??o m??ltiplas facetas que, a quem se acerca para contempl??-la ou estud??-la, sempre lhe ficar?? na sombra alguma face importante do poliedro???.(1)

Mesmo antes de sua canoniza????o, a revista ???Civilt?? Cattolica???, dos Padres Jesu??tas, dele dizia em 1930:?????Ao estudar a vida e a obra de Dom Bosco, ficamos t??o admirados da grandeza deste g??nio, que sua figura se agiganta ?? medida que nos acercamos de sua pessoa, ouvimos suas palavras e contemplamos de perto e com nossos pr??prios olhos suas obras de apostolado em suas caracter??sticas mais vivas e pessoais.???(2)

Vis??o dos grandes empreendimentos


Paramentos usados por Dom Bosco

Jo??o Bosco?????vem ao mundo no preciso momento em que se desagrega a constru????o pol??tico-social da Revolu????o Francesa, que transcendeu todo o orbe, e quando, pelas rea????es naturais a t??o enorme cataclismo, flutuam em todos os ambientes, e fluem em todos os leitos, as correntes muito diversas de doutrinas, opini??es e sistemas que d??o origem a movimentos cient??ficos, religiosos e sociais de todo g??nero e com caracter??sticas inconfund??veis???.(3)

Um m??dico amigo assim descreveu Dom Bosco no seu apogeu:??N??o ?? um cerebral; ?? um homem de cora????o; mas tem a vis??o dos grandes empreendimentos, e o empreendimento das grandes vis??es. Sua ??nica arma ?? a caridade. Abra??a muitas coisas, e todas convergem na unidade superior de uma??ideia, e vive para sua ideia (ou, melhor dizendo,??ideal). Aqui est?? seu foco, sua s??ntese, que recolhe os raios de sua atividade prodigiosa. Temperamento en??rgico e fogoso, possui uma excepcional sensibilidade para a percep????o de coisas e fatos que nos demais produziriam menor como????o; sensibilidade extrema pr??pria dos g??nios mais sublimes.???(4)

Por isso, todo o apostolado de Dom Bosco voltou-se ao combate dos in??meros e graves problemas de sua ??poca, dando uma orienta????o profundamente religiosa aos jovens que seriam o futuro da sociedade. Para ele, como o afirmou em sua??Hist??ria Eclesi??stica??e na??Hist??ria da It??lia, a Igreja ?? o centro da Hist??ria, e o Papa, o centro da Igreja.

???Parece-se com Nosso Senhor!???


Num sonho, S??o Jo??o Bosco teve a revela????o de que sua imagem estaria acima da est??tua de bronze de S??o Pedro e do medalh??o/mosaico do Papa Pio IX. Constrangido com tal gl??ria, ele acordou e o sonho se desfez. Mas hoje, na nave central da Bas??lica de S??o Pedro em Roma, essa revela????o encontra-se imortalizada em m??rmore, como se v?? nesta foto. A est??tua mede 4,80 m e foi realizada pelo famoso escultor Pietro Canonica (1869-1959). [Foto PRC]

Para isso ele contou desde o nascimento com gra??as e carismas especiais. A Provid??ncia?????o havia dotado prodigiosamente: pobreza e humildade de ber??o, mas lar cristian??ssimo e amante do trabalho; uma m??e santa; de engenho pronto e vivo, presen??a agraciada e simp??tica; mem??ria felic??ssima; vontade a toda prova; robustez f??sica invej??vel, for??a herc??lea, agilidade pasmosa, sensibilidade delicad??ssima, acess??vel a todo o belo e bom; cora????o ???segundo o cora????o de Deus??? e, posto que haveria de ser ???pai dos ??rf??os???, sente o peso da orfandade paterna quando tem dois anos???.(5)

Ao que acrescenta outro autor:?????Largamente pagou-lhe o Senhor! Deu-lhe a irradia????o da santidade, e com a irradia????o, a influ??ncia, mediante uma simpatia mais ??nica que rara. Em seus ??ltimos anos, sobretudo, as pessoas, ao v??-lo, sentiam-se atra??das; e os simples exclamavam: ???Parece-se com Nosso Senhor!???; e os mais te??logos: ???Qu??o bom deve ser Nosso Senhor se Dom Bosco ?? t??o bom!??? As crian??as corriam para ele, atra??das como por um im??. E as multid??es se aglomeravam para olh??-lo e pedir-lhe uma palavra, um sorriso ou [???] um milagre. Porque Nosso Senhor o fez um taumaturgo: o taumaturgo do s??culo XIX. [???] Deus Nosso Senhor comprouve-se em fazer dele como um resumo dos carismas que adornaram a vida dos santos nos s??culos passados. Porque Dom Bosco curava os enfermos com sua b??n????o, lia nas consci??ncias e no futuro, multiplicava os p??es, as castanhas para seus filhos, as medalhas e estampas para os devotos [???] Teve v??rias vezes o dom da biloca????o, ressuscitou tr??s mortos, e os animais obedeciam, submissos a seus mandatos???.(6)

Escreve seu disc??pulo e bi??grafo Pe. Jo??o Lemoyne:?????A vida de Dom Bosco ?? uma trama de sonhos t??o maravilhosos, que n??o se compreende sem a assist??ncia divina direta, sob pena, naturalmente, de que houvesse sido um estulto, um ilusionista, um enganador ou um vaidoso. Os que viveram ao seu lado durante trinta e quarenta anos n??o viram nunca nele o menor sinal de querer ganhar o apre??o dos seus fazendo-se passar por um privilegiado com dons sobrenaturais. Dom Bosco era humilde, e a humildade aborrece a mentira.???(7)

Pio XI afirmou:?????Em Dom Bosco o sobrenatural havia chegado a ser natural, e o extraordin??rio, ordin??rio, e a legenda ??urea dos s??culos passados, realidade presente???.(8)

Entretanto, esses dons sobrenaturais n??o vinham sem um pesado ??nus. Um dos seus ???o Pe. Estev??o Trione???????manifestou-lhe certa vez o desejo de poder operar milagres para converter as almas. Dom Bosco lhe respondeu:?????Tu n??o sabes o terr??vel que isso ??, e as tremendas responsabilidades que acarreta.???(9)

Mas ?? preciso apresentar o outro lado da medalha: como todos os santos, Dom Bosco teve muito que sofrer, quer dos homens, quer dos elementos. Sofria com a pobreza de meios para suas obras; sofria com enfermidades que Deus lhe mandava para purific??-lo, apesar de sua sa??de robusta; sofria sobretudo pelos ataques do dem??nio, que o atormentava de mil maneiras, at?? golpe??-lo fisicamente e rasgar manuscritos que lhe haviam custado anos de medita????o e fadiga.

Outra caracter??stica de Dom Bosco era seu ??dio ao pecado:?????Poucos homens haveria que tenham odiado e combatido tanto o pecado. Tinha at?? vertigens s?? em pensar neles; e muitas vezes ouviram-no exclamar que preferia que se queimasse mil vezes o Orat??rio ??? que tantos desvelos lhe tinha custado ??? antes que se cometesse nele um pecado.???(10)

Prop??sitos na ordena????o sacerdotal


Sonho de Dom Bosco no qual Nossa Senhora lhe explica sua voca????o: transformar lobos em cordeiros

Dom Bosco tinha uma vis??o inteiramente sobrenatural do sacerd??cio, como o demonstram os prop??sitos que ele fez na conclus??o do retiro espiritual, por ocasi??o de sua ordena????o sacerdotal:

???O sacerdote n??o vai s?? ao c??u, nem s?? ao inferno. Se agir bem, ir?? ao c??u com as almas que salvar com seu bom exemplo; se agir mal, se der esc??ndalo, ir?? ?? perdi????o com as almas condenadas por seu esc??ndalo.

Portanto, empenhar-me-ei em guardar os seguintes prop??sitos:

1??. N??o passear nunca, sen??o por grave necessidade, [tais como] visitas a enfermos etc.

2??. Ocupar rigorosamente bem o tempo.

3??. Padecer, humilhar-me muito, e sempre quando se tratar de salvar almas.

4??. A caridade e a do??ura de S??o Francisco de Sales me guiem em tudo.

5??. Sempre estarei contente com a comida que me apresentarem, contanto que n??o seja nociva ?? sa??de.

6??. Beberei vinho aguado e s?? como rem??dio, quer dizer, s?? quanto e quando o reclame a sa??de.

7??. O trabalho ?? uma arma poderosa contra os inimigos da alma; por isso n??o darei ao corpo mais do que cinco horas de sono cada noite. Durante o dia, especialmente depois da comida, n??o tomarei nenhum descanso. Farei exce????o em caso de enfermidade.

8??. Destinarei cada dia algum tempo ?? medita????o e ?? leitura espiritual. Durante o dia farei uma breve visita ou ao menos uma ora????o ao Sant??ssimo Sacramento. Terei ao menos um quarto de hora de prepara????o e outro quarto de hora de a????o de gra??as pela Santa Missa.

9??. N??o conversarei com mulheres, exceto no caso de ouvi-las em confiss??o ou em alguma outra necessidade espiritual.???(11)

A pobreza de Dom Bosco


Mam??e Margarida, m??e de S??o Jo??o Bosco

?? dif??cil ter uma ideia da pobreza em que Dom Bosco viveu, principalmente nos seus primeiros anos. Uma carestia sem precedentes abatera-se sobre a It??lia no ano de 1817, levando a mis??ria por toda parte. Milhares de fam??lias abandonaram os campos, indo procurar alimento nas cidades. Dom Bosco diz em suas mem??rias?????Encontravam-se pessoas mortas nos campos, com a boca cheia de erva, com a qual tinham tentado aquietar sua fome raivosa.???(12)

Em artigo anterior j?? tratamos do papel de??Mam??e Margarida, n??o s?? na forma????o de S??o Jo??o Bosco, mas tamb??m na sua doce influ??ncia sobre os rapazes do Orat??rio.

Entretanto, cabe aqui pelo menos uma refer??ncia a essa mulher excepcional, que durante a carestia tinha que fazer das tripas cora????o para prover a fam??lia com alimentos. Agradecido, narra o filho:?????Pode-se imaginar o quanto minha m??e sofreria e se cansaria durante ano t??o calamitoso. Mas uma grande economia e o cuidado nas coisas mais mi??das, unidos a um trabalho esgotante, junto com a ajuda verdadeiramente providencial, contribu??ram para solucionar aquela crise de alimentos.???(13) Que belo exemplo para tantas fam??lias que se lastimam da pobreza, que n??o a sabem suportar com esp??rito sobrenatural!

Procurado at?? mesmo pelos grandes da Terra


O santo anunciou grandes desgra??as ao rei da It??lia, Vitor Manuel II, por causa das persegui????es que ele promoveu contra a Igreja

A santidade e a a????o de Dom Bosco se irradiaram por todo o mundo. Assim como o dem??nio ?? obrigado por vezes a dizer verdades pela boca dos possessos, assim o l??der revolucion??rio comunista Mao Ts??-Tung colocou este singular??ssimo dito entre seus ???mandamentos???:?????Honrar??s a Jo??o Bosco, que cuidou dos humildes e educou os oper??rios??????(14)

O humilde sacerdote ?? procurado pelos depostos reis de N??poles e da Sic??lia. Visitam-no tamb??m os pretendentes aos tronos franc??s e espanhol, respectivamente o conde de Chambord e Carlos VII.?????Aos primeiros lhes diz que toda resist??ncia ser?? in??til, pois Deus os afastava do trono por sua tibieza em defender os direitos divinos e a causa das almas. Aos segundos aconselha a n??o aventurar-se de ligeiro em reivindica????es pelas armas, para n??o se exporem a um derramamento in??til de sangue. E como alegam seus direitos [???] ele responde que tudo est?? muito bem, mas que poderia n??o ser essa a vontade de Deus. [???] A uns e a outros recomenda a santifica????o por sua submiss??o ?? vontade divina e o exerc??cio das boas obras???.(15)

No ano de 1867, estando em Roma a rainha Maria Teresa, esposa do deposto rei de N??poles Ferdinando II, ela aspirava ouvir de Dom Bosco que a esperava um futuro glorioso e a volta ao trono. Mas ele respondeu-lhe:?????Majestade, doe-me dizer-vos, mas n??o vereis mais N??poles???. E a Francisco II, filho de Ferdinando, disse a mesma coisa. E como o rei insistisse em que desse as raz??es para isso, o santo mostrou-lhe como a Igreja havia sido muito perseguida em N??poles. O rei procurou justificar-se dando as ???raz??es de Estado??? que o haviam obrigado a agir assim. Dom Bosco respondeu-lhe:?????Sim, ?? verdade, mas as causas de tantos males religiosos n??o podem ser agora removidas.???(16)

O santo anunciou grandes desgra??as ao soberano da It??lia, Vitor Manuel II, extensivas ?? sua fam??lia e aos seus sucessores, caso ele persistisse em sua oposi????o ?? Igreja. O que se realizou ao p?? da letra.

Dom Bosco usava a mesma pol??tica da verdade com o ministro piemont??s, Urbano Rattazzi. Certo dia, aproveitando-se da confian??a que tinha com o santo, ele lhe perguntou se incorrera na censura eclesi??stica pelo que havia feito contra a Igreja como ministro. Dom Bosco pediu-lhe tr??s dias para pensar. Depois lhe disse:?????Excel??ncia, estudei a quest??o, e a estudei para poder-lhe dizer que n??o hav??eis incorrido na censura; mas n??o consegui???. Sua honestidade e liberdade agradaram ao ministro, que lhe respondeu:?????Estava certo de que Dom Bosco n??o me teria enganado, por isso quis saber dele. Estou contente pela sua franqueza: recorra sempre a mim, em qualquer necessidade de ajuda para seus meninos.???(17)

???Parecia deificado???


Dom Bosco recebeu do Bem-aventurado Papa Pio IX a ordem de escrever seus sonhos e revela????es

Em seus ??ltimos anos, no dizer de seus contempor??neos, Dom Bosco ???parecia deificado???. Seu secret??rio, Jo??o Lemoyne, declara que o viu v??rias vezes resplandecente e levantado do solo.

Celebrando a Santa Missa, era comum ele levantar-se do solo com a h??stia nas m??os na hora da eleva????o, envolto em inef??vel luz. Isso explica por que ele era j?? objeto de venera????o, visto em vida como um verdadeiro santo e procurado por todo mundo.

Um exemplo disso ocorreu na sua segunda viagem a Paris, em 1883, que foi uma apoteose cont??nua, como tamb??m o fora por todos os lugares por onde passou.

L??on Aubineau escreveu no ???Univers??? de 4 e 5 de maio desse ano:?????Paris est?? at??nita por causa da como????o manifestada em seu seio em torno do humilde padre turinense, que n??o tem nada de atraente aos olhos do mundo. [???] O aplauso dos parisienses ?? quase un??nime, e a atra????o irresist??vel que agita a multid??o tem algo de maravilhoso. Nisto h?? uma resposta inconsciente, se se quiser, mas direta e en??rgica, contra a proclama????o de ate??smo que de todas as partes se pretende fazer em nome do povo. ?? ao homem de Deus que s??o endere??adas todas essas homenagens; ?? ao homem de f?? e de ora????o que a multid??o quer contemplar. As maiores igrejas ??? a Madalena, S??o Sulp??cio, Santa Clotilde ??? s??o pequenas demais para conter os fi??is que querem assistir ?? Missa de Dom Bosco. N??o pedem outra coisa dele. [???] Todos desejam que essa b??n????o des??a sobre sua mis??ria pessoal, ou sobre sua dor particular. O bom padre ouve a todos, interessa-se por todos, invoca sobre todos a prote????o de Maria Auxiliadora. Ele n??o se pertence mais, mas abandona-se a todos que lhe suplicam???.(18)

Os ???sonhos??? de Dom Bosco

???????????????? Sobre os ???sonhos??? de Dom Bosco, que alcan??aram profunda repercuss??o em todas as suas realiza????es e apostolado, e que ainda impressionam os fi??is em nossos dias, escreve o Pe. Rodolfo Fierro, salesiano:

???Como ao antigo patriarca Jos??, a v??rios profetas, a S??o Jos??, o bendito esposo de Maria e a S??o Pedro, Deus o ilustrava frequentemente por meio de sonhos. Pode-se dizer que todas suas grandes obras e devo????es t??m origem em um sonho ou em v??rios. Que alguns s??o verdadeiramente sobrenaturais, n??o cabe d??vida, por seu car??ter, por seus resultados, e pelas pr??prias express??es do Santo. [???] O que pensava ele de seus sonhos? No princ??pio n??o lhes deu import??ncia, tomando-os por jogos da fantasia, e at?? chegou a temer que fossem alucina????es diab??licas. Mas, vendo que sempre se realizava o sonhado, que [neles] se lhe mandava coisas importantes, que lhe eram dadas miss??es concretas, consultou seu diretor espiritual, S??o Jos?? Cafasso, e este, examinando tudo, ordenou-lhe que se tranquilizasse e obedecesse. Mas a suprema decis??o deu-a Pio IX, mandando-lhe que os escrevesse. [???] Mas ?? um fato ineg??vel e caracter??stico dele que muitos de seus sonhos n??o s??o sonhos como tais, mas verdadeiras vis??es de car??ter sobrenatural, e sua variedade recorre ??s tr??s esp??cies de vis??es que descrevem Santo Isidoro de Sevilha, S??o Jo??o da Cruz, e Santa Teresa.???(19)

O Bem-aventurado Pio IX ordena-lhe que escreva os sonhos


T??mulo de S??o Jo??o Bosco no Santu??rio de Maria Auxiliadora, em Turim [Foto FV]

As rela????es de S??o Jo??o Bosco com o imortal Bem-aventurado Papa Pio IX foram as mais amistosas e mais ??ntimas que se possa imaginar. O santo Pont??fice interessava-se pelos seus ???birichinni??? (meninos), pelas suas publica????es, e inclusive pelos seus sonhos.

Com efeito, j?? na segunda audi??ncia que Dom Bosco teve com Pio IX, este intuiu que, para fazer tantas e t??o santas obras, ele deveria ser movido por um impulso divino. Pediu-lhe ent??o que lhe contasse detalhadamente tudo o que em sua vida tivesse qualquer apar??ncia de sobrenatural.?????Narrei-lhe quanto se havia apresentado ?? minha fantasia em sonhos extraordin??rios, que em parte j?? se haviam verificado, come??ando pelo primeiro, quando tinha nove anos???, diz Dom Bosco.

O Papa, que o ouvia atentamente, disse-lhe:?????Ouvi, Dom Bosco, desejo que escrevais tudo o que me dissestes, e com detalhes. Conservai-o como patrim??nio para vossa Congrega????o, como heran??a para sua edifica????o e alento, e como norma para vossos filhos.???(20)

O Pont??fice revelou ent??o sua inten????o de nome??-lo seu camareiro secreto com o t??tulo de monsenhor. Dom Bosco respondeu-lhe:?????Santidade, que bela figura faria eu, sendo monsenhor, diante de meus rapazes! Os pobrezinhos n??o saberiam reconhecer-me. Nem se atreveriam a acercar-se de mim, e levar-me daqui para l??, como o fazem agora. E logo??? com este t??tulo, o mundo me creria rico, e eu mesmo n??o teria valor para apresentar-me pedindo esmola para nossas obras. ?? Padre Santo! O melhor ?? que eu seja sempre o pobre Dom Bosco.?????Pio IX n??o insistiu.(21)

Catecismo para a Igreja universal

Quando foi recebido em audi??ncia por Pio IX, Dom Bosco falou-lhe da necessidade de introduzir na Igreja universal?????um catecismo breve que eliminasse a multid??o dos que corriam em cada diocese, e que contivesse, de modo simples e claro, os elementos da doutrina crist?? que professam todos os cat??licos. [???] A ideia agradou ao Papa, como tamb??m a insinua????o de que este catecismo universal, ??nico e obrigat??rio, deveria ser promulgado pela Santa S??, tanto mais que [Dom Bosco] assegurou que a maior parte dos Padres do conc??lio [Vaticano I] dariam seu voto favor??vel???.(22)

Infelizmente, apesar de aprovada por esmagadora maioria dos Bispos na vota????o preliminar, a ideia n??o p??de concretizar-se devido ?? brusca interrup????o do Conc??lio pela ??mpia invas??o de Roma pelas tropas de Vitor Emanuel II, do Piemonte.

Vis??o das cat??strofes que cairiam sobre a Europa


Altar-mor do Santu??rio de Maria Auxiliadora, constru??do por S??o Jo??o Bosco em Turim [foto FV]

No dia 5 de janeiro de 1870, vig??lia da Epifania, estando em Roma para acompanhar o Conc??lio, Dom Bosco teve um sonho ou vis??o sobre as grandes cat??strofes que amea??avam a Europa.

Por isso, na conversa que se seguiu com o Sumo Pont??fice, ele se sentiu no dever de consci??ncia de coloc??-lo a par da situa????o catastr??fica que se delineava no horizonte.?????Falou-lhe sobre a guerra entre a Fran??a e a Pr??ssia, que j?? todos criam inevit??vel, do abandono em que Napole??o III deixaria Roma, da queda do imp??rio napole??nico, e dos terr??veis a??oites que cairiam sobre a Fran??a e, em especial sobre Paris.???(23) Tudo isso vira nesse sonho.

Aproveitando ent??o da grande bondade com que Pio IX o ouvia, o santo narrou-lhe o sonho que tivera, mas s?? a parte que se referia ao Pont??fice:

???Agora, a voz do c??u se dirige ao Pastor dos pastores. Tu est??s na grande confer??ncia com teus assessores; mas o inimigo do bem n??o se d?? um momento de repouso; estuda e p??e em pr??tica contra ti todas suas artes. Semear?? disc??rdias entre teus assessores; suscitar?? inimigos entre meus filhos. As pot??ncias do s??culo vomitar??o fogo e quereriam que as palavras fossem sufocadas na garganta dos defensores de minha lei. Isto n??o ser??. Far??o o mal, mas a si mesmos. Tu, apressa-te; se as dificuldades n??o se resolvem, trunca-as. Se te achas em apuros, n??o te detenhas; continua at?? que se tenha cortado a cabe??a da hidra do erro. Este golpe far?? tremer a terra e o inferno, mas o mundo estar?? a salvo, e todos os bons se alegrar??o. [???] Os dias correm velozes; teus anos se acercam do n??mero determinado, mas a grande Rainha ser?? sempre tua ajuda, e nos tempos passados como no porvir, ser????magnum et singulare in Ecclesia praesidium???.(24)

Ante t??o tr??gico panorama, Pio IX cortou-lhe comovido a palavra, dizendo:?????Basta, basta; se n??o esta noite n??o poderei dormir???. Mas no dia seguinte mandou chamar Dom Bosco para ouvir o resto do sonho. Entretanto, o santo j?? havia tomado o trem para Floren??a. Mais tarde ele far?? chegar ??s m??os do Pont??fice o relato completo do sonho.

O desenrolar dos acontecimentos confirma o sonho

O desenrolar dos acontecimentos confirmou o sonho de Dom Bosco. No dia 18 de julho desse ano de 1870, fora finalmente proclamado com grande solenidade o dogma da infalibilidade pontif??cia, contra o desejo dos Bispos liberais. Mas eis o resultado imediato:?????A ??ustria aboliu a concordata e rompeu as rela????es com a Santa S??. A Baviera sustentava Dollinger na proclama????o do cisma dos ???velhos cat??licos???. O novo reino da It??lia ordenava aos magistrados a vigil??ncia sobre os bispos e p??rocos, e o encarceramento dos que publicaram a constitui????o dogm??tica sobre a infalibilidade pontif??cia. A Fran??a retirou sua guarni????o de Civitavecchia; a Pr??ssia autorizava Vitor Emanuel a entrar em Roma???.(25)

?? vista de todos esses acontecimentos, v??rios membros da Corte Pontif??cia aconselharam o Papa a abandonar Roma e buscar ref??gio em outra parte. Pio IX vacilava. Eles pressionavam. Ent??o o Pont??fice lhes disse que havia mandado consultar Dom Bosco, e esperava a resposta. Esta veio nestas palavras: ???O sentinela, o anjo de Israel, permane??a em seu posto, guardando a rocha de Deus e a arca santa???. Pio IX permaneceu em Roma.(26)

Acrescentamos que Pio IX entregou sua alma a Deus no dia 8 de fevereiro de 1878, dia e hora previstos por Dom Bosco. At?? seus ??ltimos momentos, o Papa lembrava-se do santo. Os que o assistiam no ??ltimo transe ouviram-no balbuciar: ???Dom Bosco! Dom Bosco! ?? um homem prodigioso. Eu o estimo e quero muito???.(27)

Morte e glorifica????o

???????????????? Dez anos depois, no dia 31 de janeiro de 1888, era a vez de Dom Bosco encerrar sua carreira terrena. Chamado misteriosamente, seu disc??pulo Jo??o Cagliero, ent??o bispo mission??rio, veio da Argentina para assisti-lo. Pouco antes de expirar, Dom Bosco exclamou?????Jesus! Maria!??? Jesus e Maria, eu vos dou o meu cora????o e a minha alma??? In manus tuas, Domine, commendo spiritum meum??? ?? M??e! M??e!??? abri-me a porta do para??so???.(28)

O ???Osservatore Romano??? desse dia afirma:?????A morte de Dom Bosco ?? um luto para a Igreja e para a Humanidade. No ocaso do s??culo XIX, em meio ??s convuls??es dos povos e transforma????es pol??ticas, soube, com o ascendente da palavra e do exemplo, suscitar uma maravilhosa corrente de caridade e atrair a si os esp??ritos ainda mais rebeldes, ?? do??ura serena da f??.???(29)

Multid??es participaram do cortejo, levando o corpo do santo ?? ??ltima morada. Descreve o jornal vaticano:?????Naquela multid??o silenciosa e pia, via-se gente do povo e senhores, peregrinos franceses, su????os, alem??es, camponeses, sacerdotes, nobres ??? toda a escala social ??? e todos louvavam a obra e a virtude modesta e santa do defunto. Muitos, vindos por curiosidade, permaneciam tocados com aquele espet??culo novo e solene, e diziam tamb??m ???que ele era um grande santo???. Muitos armaz??ns tinham fechado suas portas em sinal de luto, do mesmo modo que empresas tinham dado liberdade aos seus oper??rios para que fossem acrescer o significado desta solene demonstra????o.???(30)

Em junho de 1907 S??o Pio X reconheceu a heroicidade das virtudes de Dom Bosco e o declarou??Vener??vel. Em 2 de junho de 1929 Pio XI o beatificou. Finalmente, no Domingo de P??scoa, 1?? de abril de 1934, no encerramento do Ano Santo extraordin??rio, o mesmo pont??fice o canonizou solenemente.

______________

Notas:

  1. Cardeal Pedro Maffi, arcebispo de Pisa, in Rodolfo Fierro, S.D.B.,??Introduccion General,??Biografia y Escritos de San Juan Bosco, Biblioteca de Autores Cristianos (BAC), Madri, 1967, p. 3.
  2. Apud Fierro, op.cit., p. 44.
  3. Fierro, op.cit., p. 3.
  4. Fierro, op.cit., p. 10.
  5. Fierro, op.cit., p. 5.
  6. Fierro, op.cit., p. 8.
  7. Memorias del Oratorio,??in??Biografia y Escritos de San Juan Bosco, BAC, p. 76, nota 16.
  8. Discurso de 3 de abril de 1932, in??Biografia y Escritos de San Juan Bosco, p. 11.
  9. Fierro, op.cit., p. 45.
  10. Fierro, op.cit., p. 45.
  11. Mem??rias del Oratorio,??p. 131, nota 65.
  12. Mem??rias del Oratorio,??p. 74.
  13. Mem??rias del Oratorio,??p. 75.
  14. Fierro, op.cit., p. 11.
  15. Fierro, op.cit., p. 9.
  16. Pe. G.B. Lemoyne,??Vita di San Giovanni Bosco, Societ?? Editrice Internazionale, Torino, 1975, p. 394.
  17. Lemoyne, op. cit., p. 391.
  18. Lemoyne, op. cit., pp. 512-513.
  19. Fierro, op.cit., pp. 54-55.
  20. Memorias del Oratorio, p. 293.
  21. Memorias del Oratorio, p. 293.
  22. Memorias del Oratorio, pp. 374-375.
  23. Mem??rias del Oratorio,??p. 375.
  24. Memorias del Oratorio,??pp. 366-367.
  25. Memorias del Oratorio,??p. 376.
  26. Memorias del Oratorio,??p.378.
  27. Memorias del Oratorio,??p. 400, nota 20.
  28. Lemoyne, op.cit., p. 654.
  29. Lemoyne, op.cit., p. 660.
  30. Lemoyne, op.cit., p. 666.

TEM UMA PEDRA NO CAMINHO

Publicado em: 19-01-2020 | Por: bidueira | Em: CHINA, Costumes, Cuba, DIREITO DE PROPRIEDADE, Mour??o, Pol??tica Internacional, PT, Seguran??a P??blica, SITUA????O NACIONAL, Tradi????es

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Tem uma pedra no caminho

“Ao longo de 2020, aposta minha, o leitor escutar?? at?? o fastio as seguintes express??es: empres??rios chineses, empresas chinesas, investimentos chineses, investidores chineses. N??o acredite. ?? mentira deslavada. Melhor, fraude escandalosa para esconder a realidade (conhecida, ali??s, do Brasil inteiro, mas misteriosamente silenciada). Vou explicar.”

P??ricles Capanema

Tem uma pedra no meio do caminho. Drummond ??? que ali??s qualificou o verso famoso de ???texto insignificante, um jogo mon??tono??? ??? na verdade escreveu ???tinha uma pedra no meio do caminho???. Podia ser que j?? n??o mais l?? estivesse. Eu, por meu lado, n??o estou tratando do passado, refiro-me a presente candente, agora tem uma pedra grande no meio do caminho. Trata-se de tir??-la da frente.

Vamos aos fatos. O dr. Salim Mattar, secret??rio-especial de Desestatiza????o e Desinvestimento, em 14 de janeiro afirmou, ao longo de 2020 o governo pretende arrecadar com privatiza????es, vendendo uns 300 ativos, em torno de R$150 bilh??es. Aplausos, o caminho para a prosperidade passa pela desestatiza????o; de outro modo, pela privatiza????o.I

informou a mais o dirigente, a Caixa, o Banco do Brasil e a Petrobr??s n??o ser??o tocados. Os Correios ficaram para fins de 2021. Anunciou ainda, a maior parte do dinheiro arrecadado vir?? de desinvestimento (vendas) no sistema Eletrobr??s. Em suma, enorme programa de privatiza????o em curso; para torn??-lo mais ??gil ser??o encaminhados projetos de lei ?? C??mara dos Deputados, asseverou o dr. Salim.

Repito o que escrevi, para mim, em princ??pio, quanto mais ampla a privatiza????o, melhor. O particular tem mais efic??cia que o burocrata quando o assunto ?? contratar, comprar, vender e produzir. No fim, com a economia na m??o de particulares e n??o do Estado, teremos produtividade maior; enfim, mais emprego e renda, o que favorece o bem comum. E que o Estado execute bem o que lhe ?? pr??prio, regula????es, defesa, seguran??a, prote????o da moeda, aten????o especial aos mais carentes, alguma coisa mais, tem valioso e insubstitu??vel papel. ?? a aplica????o do princ??pio da subsidiariedade nas rela????es entre a sociedade e o Estado, entre o particular e o estatal. Paro, e at?? pe??o desculpas, estou me sentido um pouco o conselheiro Ac??cio.

Agora, com licen??a do E??a, dou as costas ao conselheiro, e trato de assuntos que n??o s??o (ou n??o parecem) ??bvios, ??nfase em mat??ria constitucional.

Ao longo de 2020, aposta minha, o leitor escutar?? at?? o fastio as seguintes express??es: empres??rios chineses, empresas chinesas, investimentos chineses, investidores chineses. N??o acredite. ?? mentira deslavada. Melhor, fraude escandalosa para esconder a realidade (conhecida, ali??s, do Brasil inteiro, mas misteriosamente silenciada). Vou explicar.

Dizia Talleyrand, ???boutade??? dele, uma a mais, a palavra nos foi dada para dissimular o pensamento (h?? variadas vers??es do que ele teria de fato afirmado, todas em torno da ideia de que a palavra mais serviu para disfar??ar do que para exprimi-lo). ?? o nosso caso, a dissimula????o. Mais no ponto, dissimular para ocultar a verdade inteira.

Volto ao que dizia e explico. ?? vera, as empresas chinesas que investem no Brasil s??o na maioria esmagadora dos casos, para ser prudente, estatais chinesas ??? dirigidas dos p??s ?? cabe??a, por dentro e por fora ??? pelo governo chin??s, o qual, por sua vez, n??o nos esque??amos temos l?? governo de partido ??nico, ?? dirigido pelo Partido Comunista Chin??s (PCC). Os empres??rios chineses que transitam no Brasil (conto da carochinha) s??o na verdade burocratas, membros bem vistos e bem vestidos do PCC, com cargos de dire????o nas estatais. Os tais investidores chineses que aplicam no Brasil, outro recurso ardiloso, na verdade n??o existem; ?? dinheiro posto aqui pelo governo chin??s, dono das estatais.

Ent??o, a bem da transpar??ncia, fica aqui a errata. Quando voc?? ler empresas chinesas, leia empresas estatais chinesas. Quando ler, empres??rios chineses, leia burocratas chineses. Quando ler investidores chineses, leia aplica????es do governo comunista chin??s via estatais. Quando ler investimentos chineses, leia aplica????es do governo chin??s, dirigido pelo PCC. N??o vai errar em, por baixo, 99,9% dos casos.

O que que estou bradando em cima dos tetos ??? proclamai-o do alto dos telhados, obriga????o evang??lica (Mt 10, 27) ??? ?? proibido divulgar desse jeito (mas todo mundo sabe que ?? assim). Todo mundo vai continuar a falar de empres??rios chineses, de investidores chineses, de capitais chineses, de empresas chinesas. Voc??, minha dica, aplique a errata, pois na pr??tica est?? proibido mudar tal linguagem. De onde vem a proibi????o, que apunhala a realidade? N??o sei. Mais, peda??o grande do programa de privatiza????o brasileiro corre o risco de cair nas m??os de estatais chinesas (parte j?? caiu). Um exemplo entre dezenas, a imprensa nos ??ltimos dias noticiou que a SABESP, 28 milh??es de clientes, onde o governo tem 50,3% do capital votante, poder?? ser vendida. A quem? Repito o que li: a empres??rios chineses, a empresas chinesas, a grupos chineses. Dissimula????o. Qual a empresa interessada num neg??cio que pode chegar a R$40 bilh??es ou mais? S?? um nome, China Railway Construction Corporation, estatal chinesa. Privatiza????o ?? brasileira.

N??o sou constitucionalista e, por isso, solicito aux??lio deles. Mas me surpreenderia se n??o estiv??ssemos diante da maior agress??o ?? Constitui????o da hist??ria brasileira ??? monstruosa, aberrante, silenciada e silenciosa.

Adiante, escrevendo preto sobre o branco. Comanda o artigo 173 da Constitui????o: ???Ressalvados os casos previstos nesta Constitui????o, a explora????o direta da atividade econ??mica pelo Estado s?? ser?? permitida quando necess??ria aos imperativos da seguran??a nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei???.

A explora????o direta da atividade econ??mica pelo Estado se d?? por meio de empresas p??blicas e empresas de economia mista (estatais). O Estado brasileiro est?? proibido de agir diretamente na esfera econ??mica salvo nos dois casos acima. Logo, seria aberrantemente ilegal que o Banco do Brasil, a Caixa, a Petrobr??s, entre outros agentes econ??micos, via de regra (sempre se pode pensar em pequenas exce????es), participassem do processo de privatiza????o. Seriam atos inconstitucionais, nulos.

Se ao Estado brasileiro ?? vedado participar do processo de privatiza????o no Brasil, ???a fortiori??? os Estados estrangeiros est??o impedidos de faz??-lo por meio de suas estatais. ?? absurdo, de fato, entre n??s, muitas vezes, para privatizar, a propriedade sai das m??os do Estado brasileiro e vai para as m??os de Estado estrangeiro. Na pr??tica, contudo, estamos tendo a presen??a gigantesca de estatais de outros pa??ses no processo de privatiza????o do Brasil. E n??o s?? de estatais chinesas. Tais atos n??o foram nulos por inconstitucionais?

Quando voc?? ler fundo soberano de tal pa??s, entenda estatal de tal pa??s, outra express??o para a errata. V??rios fundos soberanos (estatais) est??o ativos no Brasil, tentando aproveitar as oportunidades do processo de privatiza????o. Um exemplo, poucos dias ar??s, foi feita a concess??o (uma forma de entrega ?? iniciativa privada) do trecho Piracicaba- Panorama. O cons??rcio vencedor, Cons??rcio Infraestrutura Brasil, ?? formado pelo fundo P??tria e pelo fundo soberano GIC (fundo soberano de Singapura). Foi a maior concess??o at?? hoje feita. O GIC ?? uma estatal de Singapura. Vedado ao Estado brasileiro, mas permitido a Singapura, um Estado soberano? Pode?

Aqui est??, tudo o indica, o argumento falacioso por tr??s dos investimentos de governos estrangeiros no Brasil: todas essas aplica????es de capitais est??o sendo abrigadas, por des??dia e velhacaria (?? impostura, e ela continua intacta) no artigo 172 da Constitui????o: ???A lei disciplinar??, com base no interesse nacional, os investimentos de capital estrangeiro, incentivar?? os reinvestimentos???.

Capital estrangeiro, o ponto. Mas n??o estamos diante apenas de capital estrangeiro, n??o estamos tratando apenas de investimentos estrangeiros. ?? falsidade ululante parar por a??. Vamos colar nos fatos. Estamos diante de capital estrangeiro estatal, ??bvio ululante, para uma vez mais lembrar Nelson Rodrigues. S??o governos os seus propriet??rios. E nesse caso, vale o artigo 173: se h?? veda????o constitucional para o Estado brasileiro estar presente, muito menos poder?? o Estado estrangeiro investir por meio de empresas p??blicas, sociedades de economia mista ou fundos soberanos. Claro como ??gua de pote.

Se assim n??o fosse, o Estado brasileiro na obedi??ncia ao artigo 172 n??o poderia ser propriet??rio por veda????o constitucional, mas, por absurdo, a Constitui????o estimularia que, nas mesmas circunst??ncias, Estados estrangeiros abocanhassem tais propriedades.

N??o adianta chiar, estamos diante de problema constitucional grave, nulidade de atos h?? anos sucedendo no ordenamento jur??dico nacional. Martelo, n??o estamos tratando de investimentos estrangeiros, ?? falsa a afirma????o, estamos falando de investimentos estatais de Estados estrangeiros. Aqui est?? o problema.

O problema est?? aqui, mas n??o est?? s?? aqui. Vai mais longe. A atividade econ??mica no Brasil obedece a princ??pios, comanda o artigo 172, o primeiro dos quais (inciso I) ?? que n??o pode lesar a soberania nacional. Nem real, nem potencialmente. Pergunto, os investimentos maci??os de estatais chinesas no Brasil que em nada, s?? por chacota, poderiam ser ???imperativos de nossa seguran??a nacional??? n??o amea??am a seguran??a nacional? A presen??a crescente deles na infraestrutura tem ???relevante interesse coletivo???? Ligarmos nossa economia, que passar?? a ter um de seus pontos nevr??lgicos em Pequim, na sede do PCC, t??o ??ntima e fortemente a um poder mundial imperialista e ditatorial em nada arranha a soberania? Poder que hoje, visto com simpatia pela esquerda interna entreguista, apoia ditaduras como Ir??, Coreia do Norte, Venezuela, Cuba. ?? nosso futuro, sem d??vida de retrocesso e atraso, advers??rio dos direitos humanos?

Um ??ltimo ponto, a Constitui????o determina, artigo 172, a lei disciplinar??, com base no interesse nacional, os investimentos de capital estrangeiro. Fala em capitais privados, ?? claro; refere-se tamb??m a capitais p??blicos. ?? do interesse nacional termos gigantescas presen??as na economia de Estados estrangeiros, em especial da China comunista?

Paro por aqui e fa??o convites cordiais. Os constitucionalistas precisam se pronunciar, tamb??m ?? imprescind??vel que falem os setores que por miss??o institucional ou presen??a na vida p??blica est??o especialmente ligados ?? preserva????o e defesa da independ??ncia nacional, assim como de nossos interesses estrat??gicos. Tem uma pedra no meio do caminho. Uma, n??o; v??rias, grandes e cortantes.

A impostura continua intacta

Publicado em: 11-01-2020 | Por: bidueira | Em: CHAVES, CHINA, DIREITO DE PROPRIEDADE, Mour??o, Revolu????o Cultural, Seguran??a P??blica, SITUA????O NACIONAL

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A impostura continua intacta

P??ricles??Capanema

O Estad??o, reportagem assinada por Fernanda Guimar??es, noticiou com destaque em 6 de janeiro ???Gigante chinesa XCMG abre banco no Brasil???. (A not??cia de forma resumida voltou no dia seguinte). Colocou ainda no??lead, enfatizando a import??ncia do fato ???esse ?? o primeiro banco do grupo XCMG em todo o mundo ??? nem mesmo na China o grupo possui uma institui????o financeira???.

??A informa????o minuciosa explica ainda que a XCMG (Xuzhou Construction Machinery Group) ?? um gigante de constru????o de m??quinas para a engenharia civil. De fato, vendeu em torno de R$100 bilh??es em 2019, verifiquei. Pelo volume anual, cerca de R$100 bilh??es, fica claro, ?? um mastodonte econ??mico e ter?? condi????es de expandir rapidamente o banco que acaba de inaugurar no Brasil.

Wang Min, presidente da XCMG declarou em S??o Paulo que o objetivo de abrir um banco no Brasil ?? em especial ajudar as rela????es econ??micas com a China e facilitar a aplica????o de capitais chineses no Brasil. A XCMG, que j?? ?? propriet??ria de f??brica de m??quinas no sul de Minas, capacidade de 7 mil m??quinas anuais, entre as quais caminh??es-guindaste, motoniveladoras, escavadeiras.

??Roberto Carlos Pontes, contratado para vice-presidente do banco, declarou na mesma entrevista que o novo banco ir?? procurar clientes e revendedores da XCMG no Brasil. Tamb??m ir?? atr??s de empresas chinesas que operam no Brasil e as que aqui ir??o se instalar. Observou: ???Por conta do ciclo econ??mico no Pa??s e o programa de concess??es e privatiza????es, novos entrantes chineses devem chegar ao Brasil”. Fica a nota, v??o colocar foco especial no programa de concess??es (que tem muito de privatiza????o) e no programa de privatiza????es.

??Sobre a atua????o do novo banco chin??s, Davi Wu, s??cio-diretor da pr??tica Chinesa da KPMG no Brasil, cr?? que o ciclo dos investimentos chineses no Brasil dever?? continuar intenso, por volta de R$1 trilh??o nos pr??ximos 20 anos.

A reportagem nota que o banco da XCMG n??o ?? o primeiro banco chin??s no Brasil. O??China Construction Bank??(CCB) em 2013 comprou o controle do ent??o BicBanco. E em 2015 o??Bank of Communications??comprou 80% do BBM S. A.

??Agora, complementarei com informa????es que n??o constam da reportagem (nenhuma alus??o, espantoso) e nem do que vem sendo noticiado e pude compulsar. A XCMG ?? estatal chinesa. O banco a ser aberto no Brasil ser?? um banco estatal chin??s. O??China Construction Bank, o segundo banco citado ?? estatal chinesa. O??Bank of Communications???? estatal chinesa. Provavelmente o dinheiro aplicado aqui por meio de tais institui????es financeiras em programas de concess??es e privatiza????o ser?? de propriedade de estatais chinesas. Vou repetir o ??bvio: uma estatal chinesa ?? dirigida pelo governo. O governo ?? dirigido pelo Partido Comunista Chin??s. E vou repetir tamb??m, o que para muitos ainda n??o ?? ??bvio: no Brasil ?? virtualmente proibido informar o ??bvio a respeito. A casa cai.

??Volto-me agora para a Constitui????o Federal. O artigo 170 (consta do T??tulo VII e trata dos princ??pios gerais da ordem econ??mica) enumera como primeiro deles a soberania nacional. N??o amea??a a soberania nacional pelo menos potencialmente que um naco grande da economia brasileira seja de propriedade e dirigido por um governo estrangeiro imperialista e ditatorial? N??o nos encheram os ouvidos com os tais setores estrat??gicos? Falamos aqui em especial de infraestrutura e ??rea financeira. Deixaram de valer? Era pura balela de desocupados meio abitolados, que ?? preciso agora fingir que nunca foram divulgados como grandes achados?

??Vou para o artigo 171: ???A lei disciplinar??, com base no interesse nacional, os investimentos de capital estrangeiro???. Est?? conforme o interesse nacional que boa parte do capital estrangeiro aqui aplicado (somas gigantescas) seja de governos estrangeiros imperialistas e ditatoriais? Dirigido por pot??ncia estrangeira suas a????es favorecer??o a ela ou ao interesse do Brasil? Ficou proibido tocar no tema e pedir que seja debatido?

??Pulo para o artigo 173: ???A explora????o direta da atividade econ??mica pelo Estado s?? ser?? permitida quando necess??ria aos imperativos da seguran??a nacional ou a relevante interesse coletivo???. O artigo, em Constitui????o estatizante, reflete a doutrina de que, via de regra, o Estado, no ??mbito econ??mico, deve se limitar a papel regulador e suplementar. Vamos tratar de sua fun????o suplementar: o Estado s?? pode agir diretamente no ??mbito econ??mico por raz??es de seguran??a nacional ou relevante interesse coletivo. Se vale para o Estado brasileiro, com maior raz??o, vale para Estado estrangeiro. Quais as raz??es de seguran??a nacional para o Estado chin??s aplicar tanto dinheiro no Brasil, tornando-se dono de parte da economia? Qual o interesse coletivo relevante que justifica o controle pelo Estado chin??s, mediante compra e vencimento de concorr??ncias (investimentos maci??os), de parte da infraestrutura e, no caso, da ??rea financeira? Obriga????es de reciprocidade e isonomia? Haveria no caso paralelismo efetivo?

??Sei, levantei quest??es pela rama, n??o as estou solucionando. A resolu????o demandaria rios de tinta. Mas o mero fato de levant??-las, passo inicial da caminhada, j?? aponta para come??o de solu????o. E as suscitei porque creio, ou estou muito errado ou estamos diante de graves ofensas ?? Constitui????o.

??Sei, ningu??m tratou delas antes (pelo menos n??o vi). Sempre tem a primeira vez. Convido ent??o os constitucionalistas: estudem por inteiro a quest??o, reflitam, discutam. ?? depois, para esclarecimento da opini??o p??blica, o caso ?? delicado, opinem com prud??ncia e??doigt??, que sejam palavras embebidas do senso agudo dos interesses brasileiros. Quem sabe, avan??o, caberia aqui uma como que, por analogia, modula????o de efeitos nas solu????es aventadas.

??S?? pe??o uma coisa: objetividade, nunca esbofetear a lei maior. E j?? aviso, a patrulha sair?? dos gonzos, j?? que ?? tema proibido. Vai atacar furiosamente. Em resumo, continua intacta a impostura. Em espantoso retrocesso, o garrote vil afoga na garganta, mesmo dos mais l??cidos e informados, as palavras de previs??o e alarma.

No Chile “no pasa nada”! Na Fran??a, tamb??m!

Publicado em: 02-01-2020 | Por: bidueira | Em: Ambientes, Costumes, Festas religiosas, Perigo Isl??mico, Pol??tica Internacional, Revolu????o Cultural, Seguran??a P??blica, SITUA????O NACIONAL, Terrorismo, Tradi????es

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No Chile “no pasa nada”! Na Fran??a, tamb??m!

S??rgio Diniz Bidueira

Causa algum espanto aos leitores quando fotos de ve??culos incendiados por populares enfurecidos s??o publicadas nas primeiras p??ginas de nossos jornais.
As cenas terr??veis de vandalismo ocorridas nas ??ltimas semanas no Chile, tamb??m tiveram alguma repercuss??o por aqui.
Mas pouco ou nada se comenta sobre as cenas de vandalismo que ocorrem todos os anos na Fran??a por ocasi??o das festas de fim de ano e nas do 14 de julho.
Inc??ndios de centenas de ve??culos nas grandes e pequenas cidades, agress??es aos bombeiros e ??s for??as da ordem que procuram reprimir inc??ndios e dist??rbios.
Mas, vamos aos dados, publicados no Figaro de hoje, em artigo de Jean Chichizola:
T??tulo:??Viol??ncias urbanas, este velho flagelo do Novo Ano
??
…”Sinistro ritual da noite de S??o Silvestre atingiu todo o territ??rio.”
Desde 2019 o Minist??rio do Interior n??o comunica o n??mero de viaturas incendiadas.Mas, pelo menos 600 ocorreram em 2019. 1031 em 2018, 945 em 2017, 804 em 2016, 940 em 2015, mais de mil em 2014, 2013 e 2012.
Nas redes sociais, alguns publicam v??deos desses motins. desejando feliz Ano Novo a sua audi??ncia, sob um fundo de risos de populares diante dos ve??culos em chamas e dos policiais agredidos.
Em Strasbourg, 200 ve??culos incendiados, o dobro do ano anterior. V??rios policiais foram feridos por petardos lan??ados contra eles.
As desordens atingiram tamb??m a B??lgica, onde?? 20 ve??culos foram destru??dos,
“Mas o mais preocupante nesse balan??o ?? a constata????o que essas viol??ncias atingem o conjunto do pa??s e n??o apenas as grandes cidades”.
Como no Rio de Janeiro, tiros de armas autom??ticas foram assinaladas em torno de 23 h (bairro da Mosson, Montpellier), Uma bala perdida foi se alojar em um apartamento.
“Nos ??ltimos 30 anos esse fen??meno de viol??ncias festivas se repete, no 31 de dezembro e no 14 de julho, especialmente. Mas, no in??cio do ano passado, 14 de fevereiro de 2019, um estudo do Observat??rio nacional da delinqu??ncia e das respostas penais (ONDRP), concluiu que, em m??dia 110 viaturas eram queimadas cada dia na Fran??a.”
??
***
Quem n??o v?? no crepitar dessa insurrei????o controlada um bico de g??s que ?? mantido artificialmente para uma explos??o futura, com consequ??ncias terr??veis para a Fran??a e para todo o Ocidente.
??
Que Nossa Senhora Aparecida poupe o Brasil desse diab??lico plano de destrui????o Revolucion??rio!

 

Novo Projeto de Bolsonaro muda Estatuto do Desarmamento, mas ainda n??o atende ?? aspira????o de porte

Publicado em: 21-12-2019 | Por: bidueira | Em: Ambientes, Costumes, Desarmamento, Leg??tima Defesa, PLD em Foco, Seguran??a P??blica, SITUA????O NACIONAL, Tradi????es

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PLD em Foco

Cel. Paes de Lira comenta

Novo Projeto de Bolsonaro muda Estatuto do Desarmamento, mas ainda n??o atende ?? aspira????o de porte

PLD em Foco

Cel. Paes de Lira comenta

MIGRA????O REDENTORA

Publicado em: 16-12-2019 | Por: bidueira | Em: Ambientes, Costumes, Fam??lia, Mour??o, SITUA????O NACIONAL, Tradi????es

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Migra????o??redentora

??P??ricles Capanema

??Sempre me impressionaram as soltas de pombos-correio. Voam em c??rculos largos, duas ou tr??s voltas e, s??bito, como que acabada a indecis??o, tomam rumo, flechas no retorno ao pombal. Por que os c??rculos ascensionais das aves? N??o sabem que curso escolher? De qualquer modo, fazem imagem linda das divaga????es do esp??rito. Umas, perda de tempo, n??o se alteiam como eles. Diferente outras, sobem, volteiam, mas, bem colocadas, antecedem de pouco a fixa????o do objetivo. Por vezes de uma vida toda, como os voos dos pombos-correio, n??o raro linhas de mil quil??metros at?? os columb??rios.

??Permito-me divagar um pouco sobre migra????es, mas tenho norte ??? hoje pode surpreender. Migra????es lembram caminhadas, jornadas, marchas, percurso, trajet??ria. E depois, termo, parada, chegada, ??xito, triunfo. Ou fracassos e decep????es.

??Em incont??veis casos, repletas de simbolismos, as migra????es brilham pelos s??culos com enorme poder evocativo. Rememoro duas de raiz b??blica. A migra????o dos judeus, os filhos de Jac??, para o Egito, precedida da venda de Jos?? como escravo pelos irm??os a mercadores ismaelitas. Pretexto do crime dos irm??os: Jos?? era um sonhador. Ali??s, n??o custa lembrar, pela vida afora, muitos de n??s, ???sonhadores???, somos como Jos??, vendidos por quem menos se espera, na busca de vantagens passageiras.

??Os anos passaram, Jos??, o escravo fracassado e vendido, teve carreira fulgurante. E nos deixou grande li????o de perd??o. Aos irm??os envergonhados, as palavras doces do rebento rejeitado, pelas m??os de Deus al??ado a ministro do fara??, mandachuva de um imp??rio, que apenas diz: ???Eu sou Jos??, vosso irm??o, a quem vendestes para o Egito???. Depois de 400 anos, outra migra????o, os judeus est??o de volta, guiados por Mois??s, vagueiam quarenta anos pelo deserto do Sinai, no retorno ?? terra prometida, Cana??.

??Outro exemplo, migrou tamb??m o filho pr??digo da casa paterna, levando a heran??a rica, que dilapidou na farra. E depois, pobre, arrependido, fez a jornada de volta. ???Pai, pequei contra o c??u e contra ti. J?? n??o sou digno de ser chamado teu filho???.

??Tantas outras migra????es e das mais variadas naturezas. Vou tratar de uma delas, das mentalidades, no seio da opini??o p??blica e no mundo oficial. Acontece no Brasil e ?? migra????o que tem potencialidades para ser redentora.

??Vamos ao ponto. Em 17 de novembro de 1889 o governo provis??rio expulsou a Fam??lia Imperial do Brasil. Em 21 de dezembro o decreto de banimento foi publicado. Dom Pedro II e fam??lia n??o podiam voltar, n??o podiam os membros da Fam??lia Imperial possuir bens im??veis aqui; se tivessem estavam obrigados a vend??-los em dois anos, extintas ficavam as dota????es oficiais. Come??ava tentativa de varr??-los da hist??ria brasileira. Era uma forma de passar borracha no passado, recurso de legitima????o da rep??blica. Com a consequente batalha em torno de s??mbolos, imagens e comemora????es se iniciava uma nova era que proclamava e desejava ser inequ??voca ruptura com a anterior.

??N??o aconteceu e n??o funcionou. De fato, pouco depois, espontaneamente, o Brasil de alto a baxo se recusou a tomar uma atitude jacobina e deu in??cio a movimento oposto, a reaproxima????o com a Fam??lia Imperial. Multiplicavam-se em escolas, rodovias, edif??cios, empresas, os nomes de Pedro II, Leopoldina, Princesa Isabel. Cidades eram mem??ria viva, Teres??polis, Petr??polis, Joinville. E come??avam a ser apresentados na C??mara um atr??s do outro projetos para cancelar o banimento da Fam??lia Imperial, o primeiro dos quais em 5 de agosto de 1891, menos de dois anos depois do golpe de 15 de novembro, da lavra dos deputados Caetano e Albuquerque e Anfil??fio de Carvalho. N??o prosperou, claro.

??Um marco dessa migra????o (reencontro, outro nome), pelo impacto enorme, merece recorda????o especial: o retorno ao Brasil do bar??o do Rio Branco (1845 ??? 1912) em 1?? de dezembro de 1902, depois de 26 anos no Exterior para assumir o minist??rio das Rela????es Exteriores. Fruto aut??ntico do ambiente social e pol??tico do 2?? Reinado, permaneceu na chefia da diplomacia brasileira ao longo de quatro presidentes ??? Rodrigues Alves, Afonso Pena, Nilo Pe??anha e Hermes da Fonseca. Faleceu no cargo, marcou dire????o at?? hoje prevalente.

??Rio Branco triunfara na Europa e nos Estados Unidos em quest??es delicadas de fronteiras com consagradoras manifesta????es de intelig??ncia, erudi????o e tato. Coberto de louros, convidado para o minist??rio, foi apote??tica e reveladora sua chegada no Rio de Janeiro. O navio que o trouxe entrou no porto rodeado de embarca????es. Ao meio dia saltou em terra, onde multid??o enorme o esperava. Fisionomia serena e senhorial, bigode forte, presen??a e dom??nio de cena impressionante, lembrava tanta coisa, os modos e o jeito de Bismarck, recordava em especial o Imp??rio e seus homens p??blicos, evocava a Fam??lia Imperial, revivia um mundo que deixara saudades e que se recusava a morrer. Ali era seu mais qualificado representante.

??Segundo ??lvaro Lins, foi assim que o povo e o mundo oficial celebraram Rio Branco: ???O percurso pelas ruas da cidade veio a constituir uma cena espetacular. Do pr??stito faziam parte representa????es de todas as classes e entidades sociais: do Governo, da C??mara e do Senado, do Ex??rcito, da Marinha, do corpo diplom??tico, do corpo consular, das escolas militares, dos col??gios oficiais e particulares, de associa????es religiosas, de sociedades culturais e liter??rias, de institui????es cient??ficas, de clubes mundanos, das escolas de Direito, Medicina e Engenharia, do com??rcio, da ind??stria, das reparti????es p??blicas de diversos minist??rios, dos veteranos da guerra do Paraguai. Clarins e bandas de m??sica anunciavam a sua passagem. Por toda parte se via o seu retrato. As ruas estavam embandeiradas, num espet??culo festivo de cores e d??sticos, e das sacadas atiravam-lhe flores. Coberta de flores tamb??m estava, desde a v??spera, a est??tua do Visconde do Rio-Branco.???. Este mundo estava banido?

??O nome, Jos?? Maria da Silva Paranhos J??nior. Poderia ser chamado de dr. Jos?? Maria, dr. Jos??, seu Juca, o Paranhos, Juquinha, Zeca Paranhos, Juninho. Nada pegaria. Era o bar??o ou Rio Branco. Firmava Rio Branco, o jameg??o valia; n??o dava bola para a supress??o do t??tulo, lavra da rep??blica, nem para a obriga????o de utilizar seu nome de registro. Desinibidamente usou o t??tulo supresso e nunca escondeu as convic????es monarquistas. Estava banido o Imp??rio? Estava banida a Fam??lia Imperial? Nada mais artificial, brutal e posti??o.

Por que deixou a Europa, depois de 26 anos l????? O governo necessitava dele n??o apenas para negocia????es diplom??ticas importantes. Precisava de sua irradia????o para se cobrir de respeitabilidade. Punha ?? frente da pasta do Exterior e como figura de proa dos homens p??blicos um garantidor da ordem, um expoente da cultura, modelo de efici??ncia e senso pr??tico na gest??o dos neg??cios estrangeiros. Elevava assim sua estatura nas Am??ricas e at?? no mundo. O retrocesso republicano prejudicava, era urgente um avan??o, imprescind??vel acabar com o descompasso entre o Brasil e o mundo civilizado. Para tudo isso Rio Branco servia como uma luva.

??No fundo do palco cuja figura principal era o bar??o, desenhava-se a figura da Fam??lia Imperial, sem cuja a????o dificilmente se formariam figuras p??blicas como a que dominava a cena p??blica nacional. Ela voltava aos poucos, reconquistava espa??os. O reencontro se consolidava, evaporava-se o plano de confin??-la, esquecida, na Europa.

??Em dezembro de 1919, depois da derrota de numerosos projetos semelhantes extinguindo o banimento, o deputado mineiro Francisco Valadares (aparentado com o senador Benedito Valadares), mais uma vez, prop??s o fim do banimento. J?? estava escandaloso o caso. O Congresso aprovou-o. Em 3 de setembro de 1920, foi assinado no Catete o decreto que revogava o banimento. A Fam??lia Imperial podia voltar; era v??spera do centen??rio da Independ??ncia, realizada por um de seus membros.

??Voltou, ela que nunca deveria ter sa??do. Houve gradual reinser????o de figuras da Fam??lia Imperial na sociedade brasileira. Acelerou-se a trajet??ria da Fam??lia Imperial para o centro da vida nacional e continuou a derrubada das barreiras artificiais entre ela e a opini??o nacional.

Um salto sobre muitos acontecimentos. Hoje temos dom Bertrand homem p??blico, dom Luiz Philippe homem p??blico, dom Rafael come??ando a se firmar:?????Fomos ensinados desde pequenos a ser vistos como exemplos???. O presidente Bolsonaro declara a dom Luiz Philippe: ???Voc?? deveria ter sido meu vice, e n??o esse Mour??o a?????. E o ministro da Educa????o escreve textos assim: ???N??o estou defendendo que voltemos ?? Monarquia, mas o que, diabos, estamos comemorando hoje? H?? 130 anos foi cometida uma inf??mia contra um patriota, honesto, iluminado, considerado um dos melhores gestores e governantes da Hist??ria???. E ainda: ???O Imp??rio??teve seus dois principais atos assinados por mulheres educadas, inteligentes e honestas. Elas nos governaram bem antes de Dilma. A Lei ??urea e nossa Independ??ncia foram assinadas respectivamente pela Princesa Isabel e por Dona Leopoldina???.

??Chamo a aten????o para ponto quase nunca enfatizado: a naturalidade generalizada com tal situa????o, da qual dei poucos exemplos acima. Todo mundo acha normal fatos assim, se tirarmos a minoria jacobina, petrificada em preconceitos j?? de h?? muito envelhecidos. Raz??o? N??o s??o raios em sol sereno, inserem-se naturalmente dentro de processo j?? velho de mais de um s??culo, que vem ganhando volume, com o qual todos convivemos. Dois movimentos: a Fam??lia Imperial caminhou, em longa marcha, para o centro da vida nacional; o segundo, o Brasil andou, d??cadas afora, em dire????o a ela. Penso, sintoma da migra????o, um plebiscito como o de 1993, causa bem apresentada e propaganda bem conduzida, daria muito mais que os 10% da ??poca.

??At?? onde nos conduzir??o as duas migra????es? N??o sei, ningu??m sabe. Mas sei, enquanto a Fam??lia Imperial representar honestidade, moralidade, simplicidade, esplendor, harmonia, em suma, ser esperan??a de garantidora de uma sociedade estaqueada na fam??lia e promovendo incont??veis plenitudes de natureza v??ria de que o Brasil necessita e pode abrigar, muito dificilmente ter?? fim tal migra????o. S??o os 40 anos no Sinai. E estou certo, ter?? sido migra????o redentora. Que s??o Pedro de Alc??ntara, padroeiro da Fam??lia Imperial, lhe ajude e ajude a todos n??s nessa caminhada, que ?? pelo bem nacional.

Novo Decreto sobre armas de fogo de Bolsonaro corrige defeitos, mas mant??m pontos question??veis

Publicado em: 06-10-2019 | Por: bidueira | Em: Costumes, Desarmamento, Leg??tima Defesa, PLD em Foco, Seguran??a P??blica, SITUA????O NACIONAL

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