PLD em Foco

Coronel Paes de Lira comenta

Autor do PDS(SF) 175/2017, retira projeto e acerta. Diretor-Geral da PF imp??e ato normativo e erra

Tempestade ?? vista

P??ricles Capanema

Em 1?? de novembro o China Daily, jornal estatal, em p??gina editorial sobre as elei????es no Brasil advertiu: ???N??o h?? d??vida que os interesses nacionais t??m grande import??ncia nas rela????es internacionais. Mas hoje a seguran??a nacional tornou-se prioridade top em alguns pa??ses. E assim, caso Bolsonaro, l??der da extrema direita, ponha em pr??tica diplomacia extremista e desencadeie fric????es comerciais, teremos que pensar seriamente a respeito???. ?? aviso s??rio. A China n??o deixa d??vidas, reclama a continua????o da situa????o presente. Sabe que para muitos no Brasil ela lesa interesses da seguran??a nacional.

Desde 2009, a China ?? o maior parceiro comercial do Brasil. Em 2017, o com??rcio entre os dois pa??ses alcan??ou 75 bilh??es de d??lares. Exportamos sobretudo commodities (ferro, soja, petr??leo, carnes), com pouco valor agregado (economia com empregos piores), importamos em especial produtos manufaturados, com alto valor agregado (economia com empregos melhores). ?? rela????o cl??ssica entre pot??ncia colonizadora e regi??o colonizada.

J?? em fins do s??culo 20, o Brasil enfatizou rela????es com a China. Na malfadada era petista, a orienta????o aprofundou-se perigosamente. Os dois desgovernos (2002-2016) depreciaram como parceiros a Comunidade Europeia, os Estados Unidos e o Jap??o e privilegiaram a China comunista ??? entre 2001 e 2016, o com??rcio bilateral pulou de 3,2 para 66,3 bilh??es de d??lares. Nesse per??odo (mesmo durante o governo Temer), empresas estatais chinesas compraram colossais nacos de ativos brasileiros em especial na ??rea de infraestrutura (energia, minera????o, siderurgia, transportes, agroneg??cio, entre outros). Teremos ouvido a esquerda esgoelar contra o imperialismo norte-americano no Brasil. As alega????es furadas s??o as de sempre: explora????o, les??o a interesses estrat??gicos e perigo ?? seguran??a nacional. Estavam em jogo capitais privados, com interesses privados. Jamais esbravejou contra o imperialismo chin??s (pelo contr??rio, favoreceu seu dom??nio). E s??o capitais p??blicos, quem manda neles ?? a raz??o de Estado.

Nunca ?? demais recordar (j?? tratei do assunto em artigos anteriores, mas n??o tenho o direito de me cansar), os ??rg??os de divulga????o falam em geral de investimentos chineses, capital chin??s aplicado no Brasil, presen??a de empresas chinesas na economia brasileira. V??o por a?? afora. Nunca sublinham o ??bvio (ou apenas em rar??ssimos casos), n??o estamos sendo objeto de meras invers??es de capitais chineses, de si, bem-vindos, n??o fosse a circunst??ncia incompreensivelmente calada, sobre a qual, mais uma vez, a seguir, ainda comentarei.

Alguns homens p??blicos frisam, a China pode comprar no Brasil, n??o pode ?? comprar o Brasil. Observa????o correta, contudo deixa de lado o mais venenoso, que abaixo veremos.. Sobre isso devemos berrar em cima dos telhados, mesmo que sejamos como s??o Jo??o, voz que clama no deserto.

Quem est?? comprando por????es gigantescas da economia brasileira n??o ?? um Estado como outro qualquer. Os compradores s??o estatais chinesas, cujos diretores, em geral membros do PCC (Partido Comunista Chin??s), s??o indicados pelo governo de Pequim, controlado de alto a baixo, at?? nas min??cias, pelo comunismo. Entram ainda no rol como compradores que preocupam, empresas chinesas de economia mista, com controle do Estado, e grupos econ??micos chineses, com forte presen??a estatal, o que os coloca na pr??tica como d??ceis seguidores dos interesses do governo chin??s. Dando um passo a mais na explica????o, o capital privado chin??s ?? bem-vindo (como de qualquer outro pa??s), o dom??nio do PCC sobre a economia brasileira n??o o ??.

Em outra perspectiva, n??o ?? a China, como na????o antiga e em expans??o, que est?? comprando o Brasil, de fato, verdade transl??cida, por meio de ??rg??os e empresas do governo, ?? o Partido Comunista Chin??s. Todas essas empresas seguir??o os interesses pol??ticos do comunismo chin??s, cuja pol??tica na regi??o agora est?? apoiando a Venezuela e procurando minar a influ??ncia norte-americana.

Neste caminho, o Brasil, dentro de anos, sei l?? quantos, na pr??tica, confessada ou inconfessadamente, perder?? as condi????es de agir como na????o soberana, e se transformar?? em inominado, mas efetivo protetorado chin??s. Seremos pe??es dos interesses chineses. Nenhum patriota quer isso, nenhum ??rg??o com miss??o prec??pua de defender a integridade e soberania da na????o tem o direito de a tal realidade fechar os olhos.

Momento atual. O Brasil ao se ligar intensamente ?? China e descurar Estados Unidos, Comunidade Europeia e Jap??o, caiu numa armadilha. Dela s?? podemos sair aos poucos, sob pena de dilacerar carnes e quebrar ossos. De outro jeito, muitos setores da produ????o e empregos dependem em graus diversos da intensidade de rela????es econ??micas com a China. Sensatez no rumo, gradualismo en??rgico, mas clareza nos olhos, ?? o que se espera do governo Bolsonaro que aqui vai singrar no meio da tempestade. Do ??xito da navega????o depender?? em boa medida o futuro pr??ximo como pa??s pr??spero e o porvir remoto de na????o soberana com grandeza crist??.