Matérias em Destaque

Historiador americano reconhece a grandeza da obra...   Benjamin Cowan, renomado professor americano, em seu recente livro comprova o crescimento mundial do movimento conservador e confessa que é a obra e a épica legenda do fundador da TFP brasileira...

Leia mais...

Nunes Marques interrompe, mediante pedido de vista,... PLD em Foco Cel. Paes de Lira comenta https://www.youtube.com/watch?v=olvwMBxeUU8 Nunes Marques interrompe, mediante pedido de vista, as principais ações antiarmas em curso no STF

Leia mais...

Mais um projeto de lei equivocado para modificar o... Pela Legitima Defesa Cel. Paes de lira comenta https://www.youtube.com/watch?v=tSzpv6N5ui8

Leia mais...

Idoso defende o lar e repele roubo. Enquanto isso,... PLD em foco Cel. Pes de Lira comenta https://www.youtube.com/watch?v=OP81V6lfdCQ

Leia mais...

Entram em vigor (ou não!?) novos decretos regulamentadores... Pela Legitima Defesa em Foco Cel. Paes de Lira comenta https://www.pelalegitimadefesa.org.br/npld/

Leia mais...

  • Anterior
  • Proximo

Bolsonaro declara prioridades ?? C??mara de Deputados

Publicado em: 07-02-2020 | Por: bidueira | Em: Costumes, Desarmamento, Leg??tima Defesa, PLD em Foco, Seguran??a P??blica, SITUA????O NACIONAL

0

PLD em Foco

Cel. Paes de Lira comenta

Bolsonaro declara prioridades a uma C??mara de Deputados que inaugura muito mal?? o ano legislativo

Dom Bosco, um dos maiores santos do s??culo XIX

Publicado em: 01-02-2020 | Por: bidueira | Em: Festas religiosas, Tradi????es

0

No dia 31 de janeiro de 1888 encerrou-se a carreira terrena daquele que assim foi elogiado pelo grande Papa Pio IX: ???Em Dom Bosco o sobrenatural havia chegado a ser natural, e o extraordin??rio, ordin??rio, e a legenda ??urea dos s??culos passados, realidade presente???.

  • Plinio Maria Solimeo

Neste artigo nos deteremos apenas em alguns aspectos da vida de S??o Jo??o Bosco, pois em artigos anteriores j?? apresentamos a magn??fica biografia desse ilustre santo e grande taumaturgo.

Dom Bosco j?? em vida gozava de fama de santidade. Sua rica personalidade encheu praticamente todo o s??culo XIX. Como comenta o Cardeal Pedro Maffi, Arcebispo de Pisa,?????a vida de Dom Bosco ?? t??o densa, t??o variada e tem t??o m??ltiplas facetas que, a quem se acerca para contempl??-la ou estud??-la, sempre lhe ficar?? na sombra alguma face importante do poliedro???.(1)

Mesmo antes de sua canoniza????o, a revista ???Civilt?? Cattolica???, dos Padres Jesu??tas, dele dizia em 1930:?????Ao estudar a vida e a obra de Dom Bosco, ficamos t??o admirados da grandeza deste g??nio, que sua figura se agiganta ?? medida que nos acercamos de sua pessoa, ouvimos suas palavras e contemplamos de perto e com nossos pr??prios olhos suas obras de apostolado em suas caracter??sticas mais vivas e pessoais.???(2)

Vis??o dos grandes empreendimentos


Paramentos usados por Dom Bosco

Jo??o Bosco?????vem ao mundo no preciso momento em que se desagrega a constru????o pol??tico-social da Revolu????o Francesa, que transcendeu todo o orbe, e quando, pelas rea????es naturais a t??o enorme cataclismo, flutuam em todos os ambientes, e fluem em todos os leitos, as correntes muito diversas de doutrinas, opini??es e sistemas que d??o origem a movimentos cient??ficos, religiosos e sociais de todo g??nero e com caracter??sticas inconfund??veis???.(3)

Um m??dico amigo assim descreveu Dom Bosco no seu apogeu:??N??o ?? um cerebral; ?? um homem de cora????o; mas tem a vis??o dos grandes empreendimentos, e o empreendimento das grandes vis??es. Sua ??nica arma ?? a caridade. Abra??a muitas coisas, e todas convergem na unidade superior de uma??ideia, e vive para sua ideia (ou, melhor dizendo,??ideal). Aqui est?? seu foco, sua s??ntese, que recolhe os raios de sua atividade prodigiosa. Temperamento en??rgico e fogoso, possui uma excepcional sensibilidade para a percep????o de coisas e fatos que nos demais produziriam menor como????o; sensibilidade extrema pr??pria dos g??nios mais sublimes.???(4)

Por isso, todo o apostolado de Dom Bosco voltou-se ao combate dos in??meros e graves problemas de sua ??poca, dando uma orienta????o profundamente religiosa aos jovens que seriam o futuro da sociedade. Para ele, como o afirmou em sua??Hist??ria Eclesi??stica??e na??Hist??ria da It??lia, a Igreja ?? o centro da Hist??ria, e o Papa, o centro da Igreja.

???Parece-se com Nosso Senhor!???


Num sonho, S??o Jo??o Bosco teve a revela????o de que sua imagem estaria acima da est??tua de bronze de S??o Pedro e do medalh??o/mosaico do Papa Pio IX. Constrangido com tal gl??ria, ele acordou e o sonho se desfez. Mas hoje, na nave central da Bas??lica de S??o Pedro em Roma, essa revela????o encontra-se imortalizada em m??rmore, como se v?? nesta foto. A est??tua mede 4,80 m e foi realizada pelo famoso escultor Pietro Canonica (1869-1959). [Foto PRC]

Para isso ele contou desde o nascimento com gra??as e carismas especiais. A Provid??ncia?????o havia dotado prodigiosamente: pobreza e humildade de ber??o, mas lar cristian??ssimo e amante do trabalho; uma m??e santa; de engenho pronto e vivo, presen??a agraciada e simp??tica; mem??ria felic??ssima; vontade a toda prova; robustez f??sica invej??vel, for??a herc??lea, agilidade pasmosa, sensibilidade delicad??ssima, acess??vel a todo o belo e bom; cora????o ???segundo o cora????o de Deus??? e, posto que haveria de ser ???pai dos ??rf??os???, sente o peso da orfandade paterna quando tem dois anos???.(5)

Ao que acrescenta outro autor:?????Largamente pagou-lhe o Senhor! Deu-lhe a irradia????o da santidade, e com a irradia????o, a influ??ncia, mediante uma simpatia mais ??nica que rara. Em seus ??ltimos anos, sobretudo, as pessoas, ao v??-lo, sentiam-se atra??das; e os simples exclamavam: ???Parece-se com Nosso Senhor!???; e os mais te??logos: ???Qu??o bom deve ser Nosso Senhor se Dom Bosco ?? t??o bom!??? As crian??as corriam para ele, atra??das como por um im??. E as multid??es se aglomeravam para olh??-lo e pedir-lhe uma palavra, um sorriso ou [???] um milagre. Porque Nosso Senhor o fez um taumaturgo: o taumaturgo do s??culo XIX. [???] Deus Nosso Senhor comprouve-se em fazer dele como um resumo dos carismas que adornaram a vida dos santos nos s??culos passados. Porque Dom Bosco curava os enfermos com sua b??n????o, lia nas consci??ncias e no futuro, multiplicava os p??es, as castanhas para seus filhos, as medalhas e estampas para os devotos [???] Teve v??rias vezes o dom da biloca????o, ressuscitou tr??s mortos, e os animais obedeciam, submissos a seus mandatos???.(6)

Escreve seu disc??pulo e bi??grafo Pe. Jo??o Lemoyne:?????A vida de Dom Bosco ?? uma trama de sonhos t??o maravilhosos, que n??o se compreende sem a assist??ncia divina direta, sob pena, naturalmente, de que houvesse sido um estulto, um ilusionista, um enganador ou um vaidoso. Os que viveram ao seu lado durante trinta e quarenta anos n??o viram nunca nele o menor sinal de querer ganhar o apre??o dos seus fazendo-se passar por um privilegiado com dons sobrenaturais. Dom Bosco era humilde, e a humildade aborrece a mentira.???(7)

Pio XI afirmou:?????Em Dom Bosco o sobrenatural havia chegado a ser natural, e o extraordin??rio, ordin??rio, e a legenda ??urea dos s??culos passados, realidade presente???.(8)

Entretanto, esses dons sobrenaturais n??o vinham sem um pesado ??nus. Um dos seus ???o Pe. Estev??o Trione???????manifestou-lhe certa vez o desejo de poder operar milagres para converter as almas. Dom Bosco lhe respondeu:?????Tu n??o sabes o terr??vel que isso ??, e as tremendas responsabilidades que acarreta.???(9)

Mas ?? preciso apresentar o outro lado da medalha: como todos os santos, Dom Bosco teve muito que sofrer, quer dos homens, quer dos elementos. Sofria com a pobreza de meios para suas obras; sofria com enfermidades que Deus lhe mandava para purific??-lo, apesar de sua sa??de robusta; sofria sobretudo pelos ataques do dem??nio, que o atormentava de mil maneiras, at?? golpe??-lo fisicamente e rasgar manuscritos que lhe haviam custado anos de medita????o e fadiga.

Outra caracter??stica de Dom Bosco era seu ??dio ao pecado:?????Poucos homens haveria que tenham odiado e combatido tanto o pecado. Tinha at?? vertigens s?? em pensar neles; e muitas vezes ouviram-no exclamar que preferia que se queimasse mil vezes o Orat??rio ??? que tantos desvelos lhe tinha custado ??? antes que se cometesse nele um pecado.???(10)

Prop??sitos na ordena????o sacerdotal


Sonho de Dom Bosco no qual Nossa Senhora lhe explica sua voca????o: transformar lobos em cordeiros

Dom Bosco tinha uma vis??o inteiramente sobrenatural do sacerd??cio, como o demonstram os prop??sitos que ele fez na conclus??o do retiro espiritual, por ocasi??o de sua ordena????o sacerdotal:

???O sacerdote n??o vai s?? ao c??u, nem s?? ao inferno. Se agir bem, ir?? ao c??u com as almas que salvar com seu bom exemplo; se agir mal, se der esc??ndalo, ir?? ?? perdi????o com as almas condenadas por seu esc??ndalo.

Portanto, empenhar-me-ei em guardar os seguintes prop??sitos:

1??. N??o passear nunca, sen??o por grave necessidade, [tais como] visitas a enfermos etc.

2??. Ocupar rigorosamente bem o tempo.

3??. Padecer, humilhar-me muito, e sempre quando se tratar de salvar almas.

4??. A caridade e a do??ura de S??o Francisco de Sales me guiem em tudo.

5??. Sempre estarei contente com a comida que me apresentarem, contanto que n??o seja nociva ?? sa??de.

6??. Beberei vinho aguado e s?? como rem??dio, quer dizer, s?? quanto e quando o reclame a sa??de.

7??. O trabalho ?? uma arma poderosa contra os inimigos da alma; por isso n??o darei ao corpo mais do que cinco horas de sono cada noite. Durante o dia, especialmente depois da comida, n??o tomarei nenhum descanso. Farei exce????o em caso de enfermidade.

8??. Destinarei cada dia algum tempo ?? medita????o e ?? leitura espiritual. Durante o dia farei uma breve visita ou ao menos uma ora????o ao Sant??ssimo Sacramento. Terei ao menos um quarto de hora de prepara????o e outro quarto de hora de a????o de gra??as pela Santa Missa.

9??. N??o conversarei com mulheres, exceto no caso de ouvi-las em confiss??o ou em alguma outra necessidade espiritual.???(11)

A pobreza de Dom Bosco


Mam??e Margarida, m??e de S??o Jo??o Bosco

?? dif??cil ter uma ideia da pobreza em que Dom Bosco viveu, principalmente nos seus primeiros anos. Uma carestia sem precedentes abatera-se sobre a It??lia no ano de 1817, levando a mis??ria por toda parte. Milhares de fam??lias abandonaram os campos, indo procurar alimento nas cidades. Dom Bosco diz em suas mem??rias?????Encontravam-se pessoas mortas nos campos, com a boca cheia de erva, com a qual tinham tentado aquietar sua fome raivosa.???(12)

Em artigo anterior j?? tratamos do papel de??Mam??e Margarida, n??o s?? na forma????o de S??o Jo??o Bosco, mas tamb??m na sua doce influ??ncia sobre os rapazes do Orat??rio.

Entretanto, cabe aqui pelo menos uma refer??ncia a essa mulher excepcional, que durante a carestia tinha que fazer das tripas cora????o para prover a fam??lia com alimentos. Agradecido, narra o filho:?????Pode-se imaginar o quanto minha m??e sofreria e se cansaria durante ano t??o calamitoso. Mas uma grande economia e o cuidado nas coisas mais mi??das, unidos a um trabalho esgotante, junto com a ajuda verdadeiramente providencial, contribu??ram para solucionar aquela crise de alimentos.???(13) Que belo exemplo para tantas fam??lias que se lastimam da pobreza, que n??o a sabem suportar com esp??rito sobrenatural!

Procurado at?? mesmo pelos grandes da Terra


O santo anunciou grandes desgra??as ao rei da It??lia, Vitor Manuel II, por causa das persegui????es que ele promoveu contra a Igreja

A santidade e a a????o de Dom Bosco se irradiaram por todo o mundo. Assim como o dem??nio ?? obrigado por vezes a dizer verdades pela boca dos possessos, assim o l??der revolucion??rio comunista Mao Ts??-Tung colocou este singular??ssimo dito entre seus ???mandamentos???:?????Honrar??s a Jo??o Bosco, que cuidou dos humildes e educou os oper??rios??????(14)

O humilde sacerdote ?? procurado pelos depostos reis de N??poles e da Sic??lia. Visitam-no tamb??m os pretendentes aos tronos franc??s e espanhol, respectivamente o conde de Chambord e Carlos VII.?????Aos primeiros lhes diz que toda resist??ncia ser?? in??til, pois Deus os afastava do trono por sua tibieza em defender os direitos divinos e a causa das almas. Aos segundos aconselha a n??o aventurar-se de ligeiro em reivindica????es pelas armas, para n??o se exporem a um derramamento in??til de sangue. E como alegam seus direitos [???] ele responde que tudo est?? muito bem, mas que poderia n??o ser essa a vontade de Deus. [???] A uns e a outros recomenda a santifica????o por sua submiss??o ?? vontade divina e o exerc??cio das boas obras???.(15)

No ano de 1867, estando em Roma a rainha Maria Teresa, esposa do deposto rei de N??poles Ferdinando II, ela aspirava ouvir de Dom Bosco que a esperava um futuro glorioso e a volta ao trono. Mas ele respondeu-lhe:?????Majestade, doe-me dizer-vos, mas n??o vereis mais N??poles???. E a Francisco II, filho de Ferdinando, disse a mesma coisa. E como o rei insistisse em que desse as raz??es para isso, o santo mostrou-lhe como a Igreja havia sido muito perseguida em N??poles. O rei procurou justificar-se dando as ???raz??es de Estado??? que o haviam obrigado a agir assim. Dom Bosco respondeu-lhe:?????Sim, ?? verdade, mas as causas de tantos males religiosos n??o podem ser agora removidas.???(16)

O santo anunciou grandes desgra??as ao soberano da It??lia, Vitor Manuel II, extensivas ?? sua fam??lia e aos seus sucessores, caso ele persistisse em sua oposi????o ?? Igreja. O que se realizou ao p?? da letra.

Dom Bosco usava a mesma pol??tica da verdade com o ministro piemont??s, Urbano Rattazzi. Certo dia, aproveitando-se da confian??a que tinha com o santo, ele lhe perguntou se incorrera na censura eclesi??stica pelo que havia feito contra a Igreja como ministro. Dom Bosco pediu-lhe tr??s dias para pensar. Depois lhe disse:?????Excel??ncia, estudei a quest??o, e a estudei para poder-lhe dizer que n??o hav??eis incorrido na censura; mas n??o consegui???. Sua honestidade e liberdade agradaram ao ministro, que lhe respondeu:?????Estava certo de que Dom Bosco n??o me teria enganado, por isso quis saber dele. Estou contente pela sua franqueza: recorra sempre a mim, em qualquer necessidade de ajuda para seus meninos.???(17)

???Parecia deificado???


Dom Bosco recebeu do Bem-aventurado Papa Pio IX a ordem de escrever seus sonhos e revela????es

Em seus ??ltimos anos, no dizer de seus contempor??neos, Dom Bosco ???parecia deificado???. Seu secret??rio, Jo??o Lemoyne, declara que o viu v??rias vezes resplandecente e levantado do solo.

Celebrando a Santa Missa, era comum ele levantar-se do solo com a h??stia nas m??os na hora da eleva????o, envolto em inef??vel luz. Isso explica por que ele era j?? objeto de venera????o, visto em vida como um verdadeiro santo e procurado por todo mundo.

Um exemplo disso ocorreu na sua segunda viagem a Paris, em 1883, que foi uma apoteose cont??nua, como tamb??m o fora por todos os lugares por onde passou.

L??on Aubineau escreveu no ???Univers??? de 4 e 5 de maio desse ano:?????Paris est?? at??nita por causa da como????o manifestada em seu seio em torno do humilde padre turinense, que n??o tem nada de atraente aos olhos do mundo. [???] O aplauso dos parisienses ?? quase un??nime, e a atra????o irresist??vel que agita a multid??o tem algo de maravilhoso. Nisto h?? uma resposta inconsciente, se se quiser, mas direta e en??rgica, contra a proclama????o de ate??smo que de todas as partes se pretende fazer em nome do povo. ?? ao homem de Deus que s??o endere??adas todas essas homenagens; ?? ao homem de f?? e de ora????o que a multid??o quer contemplar. As maiores igrejas ??? a Madalena, S??o Sulp??cio, Santa Clotilde ??? s??o pequenas demais para conter os fi??is que querem assistir ?? Missa de Dom Bosco. N??o pedem outra coisa dele. [???] Todos desejam que essa b??n????o des??a sobre sua mis??ria pessoal, ou sobre sua dor particular. O bom padre ouve a todos, interessa-se por todos, invoca sobre todos a prote????o de Maria Auxiliadora. Ele n??o se pertence mais, mas abandona-se a todos que lhe suplicam???.(18)

Os ???sonhos??? de Dom Bosco

???????????????? Sobre os ???sonhos??? de Dom Bosco, que alcan??aram profunda repercuss??o em todas as suas realiza????es e apostolado, e que ainda impressionam os fi??is em nossos dias, escreve o Pe. Rodolfo Fierro, salesiano:

???Como ao antigo patriarca Jos??, a v??rios profetas, a S??o Jos??, o bendito esposo de Maria e a S??o Pedro, Deus o ilustrava frequentemente por meio de sonhos. Pode-se dizer que todas suas grandes obras e devo????es t??m origem em um sonho ou em v??rios. Que alguns s??o verdadeiramente sobrenaturais, n??o cabe d??vida, por seu car??ter, por seus resultados, e pelas pr??prias express??es do Santo. [???] O que pensava ele de seus sonhos? No princ??pio n??o lhes deu import??ncia, tomando-os por jogos da fantasia, e at?? chegou a temer que fossem alucina????es diab??licas. Mas, vendo que sempre se realizava o sonhado, que [neles] se lhe mandava coisas importantes, que lhe eram dadas miss??es concretas, consultou seu diretor espiritual, S??o Jos?? Cafasso, e este, examinando tudo, ordenou-lhe que se tranquilizasse e obedecesse. Mas a suprema decis??o deu-a Pio IX, mandando-lhe que os escrevesse. [???] Mas ?? um fato ineg??vel e caracter??stico dele que muitos de seus sonhos n??o s??o sonhos como tais, mas verdadeiras vis??es de car??ter sobrenatural, e sua variedade recorre ??s tr??s esp??cies de vis??es que descrevem Santo Isidoro de Sevilha, S??o Jo??o da Cruz, e Santa Teresa.???(19)

O Bem-aventurado Pio IX ordena-lhe que escreva os sonhos


T??mulo de S??o Jo??o Bosco no Santu??rio de Maria Auxiliadora, em Turim [Foto FV]

As rela????es de S??o Jo??o Bosco com o imortal Bem-aventurado Papa Pio IX foram as mais amistosas e mais ??ntimas que se possa imaginar. O santo Pont??fice interessava-se pelos seus ???birichinni??? (meninos), pelas suas publica????es, e inclusive pelos seus sonhos.

Com efeito, j?? na segunda audi??ncia que Dom Bosco teve com Pio IX, este intuiu que, para fazer tantas e t??o santas obras, ele deveria ser movido por um impulso divino. Pediu-lhe ent??o que lhe contasse detalhadamente tudo o que em sua vida tivesse qualquer apar??ncia de sobrenatural.?????Narrei-lhe quanto se havia apresentado ?? minha fantasia em sonhos extraordin??rios, que em parte j?? se haviam verificado, come??ando pelo primeiro, quando tinha nove anos???, diz Dom Bosco.

O Papa, que o ouvia atentamente, disse-lhe:?????Ouvi, Dom Bosco, desejo que escrevais tudo o que me dissestes, e com detalhes. Conservai-o como patrim??nio para vossa Congrega????o, como heran??a para sua edifica????o e alento, e como norma para vossos filhos.???(20)

O Pont??fice revelou ent??o sua inten????o de nome??-lo seu camareiro secreto com o t??tulo de monsenhor. Dom Bosco respondeu-lhe:?????Santidade, que bela figura faria eu, sendo monsenhor, diante de meus rapazes! Os pobrezinhos n??o saberiam reconhecer-me. Nem se atreveriam a acercar-se de mim, e levar-me daqui para l??, como o fazem agora. E logo??? com este t??tulo, o mundo me creria rico, e eu mesmo n??o teria valor para apresentar-me pedindo esmola para nossas obras. ?? Padre Santo! O melhor ?? que eu seja sempre o pobre Dom Bosco.?????Pio IX n??o insistiu.(21)

Catecismo para a Igreja universal

Quando foi recebido em audi??ncia por Pio IX, Dom Bosco falou-lhe da necessidade de introduzir na Igreja universal?????um catecismo breve que eliminasse a multid??o dos que corriam em cada diocese, e que contivesse, de modo simples e claro, os elementos da doutrina crist?? que professam todos os cat??licos. [???] A ideia agradou ao Papa, como tamb??m a insinua????o de que este catecismo universal, ??nico e obrigat??rio, deveria ser promulgado pela Santa S??, tanto mais que [Dom Bosco] assegurou que a maior parte dos Padres do conc??lio [Vaticano I] dariam seu voto favor??vel???.(22)

Infelizmente, apesar de aprovada por esmagadora maioria dos Bispos na vota????o preliminar, a ideia n??o p??de concretizar-se devido ?? brusca interrup????o do Conc??lio pela ??mpia invas??o de Roma pelas tropas de Vitor Emanuel II, do Piemonte.

Vis??o das cat??strofes que cairiam sobre a Europa


Altar-mor do Santu??rio de Maria Auxiliadora, constru??do por S??o Jo??o Bosco em Turim [foto FV]

No dia 5 de janeiro de 1870, vig??lia da Epifania, estando em Roma para acompanhar o Conc??lio, Dom Bosco teve um sonho ou vis??o sobre as grandes cat??strofes que amea??avam a Europa.

Por isso, na conversa que se seguiu com o Sumo Pont??fice, ele se sentiu no dever de consci??ncia de coloc??-lo a par da situa????o catastr??fica que se delineava no horizonte.?????Falou-lhe sobre a guerra entre a Fran??a e a Pr??ssia, que j?? todos criam inevit??vel, do abandono em que Napole??o III deixaria Roma, da queda do imp??rio napole??nico, e dos terr??veis a??oites que cairiam sobre a Fran??a e, em especial sobre Paris.???(23) Tudo isso vira nesse sonho.

Aproveitando ent??o da grande bondade com que Pio IX o ouvia, o santo narrou-lhe o sonho que tivera, mas s?? a parte que se referia ao Pont??fice:

???Agora, a voz do c??u se dirige ao Pastor dos pastores. Tu est??s na grande confer??ncia com teus assessores; mas o inimigo do bem n??o se d?? um momento de repouso; estuda e p??e em pr??tica contra ti todas suas artes. Semear?? disc??rdias entre teus assessores; suscitar?? inimigos entre meus filhos. As pot??ncias do s??culo vomitar??o fogo e quereriam que as palavras fossem sufocadas na garganta dos defensores de minha lei. Isto n??o ser??. Far??o o mal, mas a si mesmos. Tu, apressa-te; se as dificuldades n??o se resolvem, trunca-as. Se te achas em apuros, n??o te detenhas; continua at?? que se tenha cortado a cabe??a da hidra do erro. Este golpe far?? tremer a terra e o inferno, mas o mundo estar?? a salvo, e todos os bons se alegrar??o. [???] Os dias correm velozes; teus anos se acercam do n??mero determinado, mas a grande Rainha ser?? sempre tua ajuda, e nos tempos passados como no porvir, ser????magnum et singulare in Ecclesia praesidium???.(24)

Ante t??o tr??gico panorama, Pio IX cortou-lhe comovido a palavra, dizendo:?????Basta, basta; se n??o esta noite n??o poderei dormir???. Mas no dia seguinte mandou chamar Dom Bosco para ouvir o resto do sonho. Entretanto, o santo j?? havia tomado o trem para Floren??a. Mais tarde ele far?? chegar ??s m??os do Pont??fice o relato completo do sonho.

O desenrolar dos acontecimentos confirma o sonho

O desenrolar dos acontecimentos confirmou o sonho de Dom Bosco. No dia 18 de julho desse ano de 1870, fora finalmente proclamado com grande solenidade o dogma da infalibilidade pontif??cia, contra o desejo dos Bispos liberais. Mas eis o resultado imediato:?????A ??ustria aboliu a concordata e rompeu as rela????es com a Santa S??. A Baviera sustentava Dollinger na proclama????o do cisma dos ???velhos cat??licos???. O novo reino da It??lia ordenava aos magistrados a vigil??ncia sobre os bispos e p??rocos, e o encarceramento dos que publicaram a constitui????o dogm??tica sobre a infalibilidade pontif??cia. A Fran??a retirou sua guarni????o de Civitavecchia; a Pr??ssia autorizava Vitor Emanuel a entrar em Roma???.(25)

?? vista de todos esses acontecimentos, v??rios membros da Corte Pontif??cia aconselharam o Papa a abandonar Roma e buscar ref??gio em outra parte. Pio IX vacilava. Eles pressionavam. Ent??o o Pont??fice lhes disse que havia mandado consultar Dom Bosco, e esperava a resposta. Esta veio nestas palavras: ???O sentinela, o anjo de Israel, permane??a em seu posto, guardando a rocha de Deus e a arca santa???. Pio IX permaneceu em Roma.(26)

Acrescentamos que Pio IX entregou sua alma a Deus no dia 8 de fevereiro de 1878, dia e hora previstos por Dom Bosco. At?? seus ??ltimos momentos, o Papa lembrava-se do santo. Os que o assistiam no ??ltimo transe ouviram-no balbuciar: ???Dom Bosco! Dom Bosco! ?? um homem prodigioso. Eu o estimo e quero muito???.(27)

Morte e glorifica????o

???????????????? Dez anos depois, no dia 31 de janeiro de 1888, era a vez de Dom Bosco encerrar sua carreira terrena. Chamado misteriosamente, seu disc??pulo Jo??o Cagliero, ent??o bispo mission??rio, veio da Argentina para assisti-lo. Pouco antes de expirar, Dom Bosco exclamou?????Jesus! Maria!??? Jesus e Maria, eu vos dou o meu cora????o e a minha alma??? In manus tuas, Domine, commendo spiritum meum??? ?? M??e! M??e!??? abri-me a porta do para??so???.(28)

O ???Osservatore Romano??? desse dia afirma:?????A morte de Dom Bosco ?? um luto para a Igreja e para a Humanidade. No ocaso do s??culo XIX, em meio ??s convuls??es dos povos e transforma????es pol??ticas, soube, com o ascendente da palavra e do exemplo, suscitar uma maravilhosa corrente de caridade e atrair a si os esp??ritos ainda mais rebeldes, ?? do??ura serena da f??.???(29)

Multid??es participaram do cortejo, levando o corpo do santo ?? ??ltima morada. Descreve o jornal vaticano:?????Naquela multid??o silenciosa e pia, via-se gente do povo e senhores, peregrinos franceses, su????os, alem??es, camponeses, sacerdotes, nobres ??? toda a escala social ??? e todos louvavam a obra e a virtude modesta e santa do defunto. Muitos, vindos por curiosidade, permaneciam tocados com aquele espet??culo novo e solene, e diziam tamb??m ???que ele era um grande santo???. Muitos armaz??ns tinham fechado suas portas em sinal de luto, do mesmo modo que empresas tinham dado liberdade aos seus oper??rios para que fossem acrescer o significado desta solene demonstra????o.???(30)

Em junho de 1907 S??o Pio X reconheceu a heroicidade das virtudes de Dom Bosco e o declarou??Vener??vel. Em 2 de junho de 1929 Pio XI o beatificou. Finalmente, no Domingo de P??scoa, 1?? de abril de 1934, no encerramento do Ano Santo extraordin??rio, o mesmo pont??fice o canonizou solenemente.

______________

Notas:

  1. Cardeal Pedro Maffi, arcebispo de Pisa, in Rodolfo Fierro, S.D.B.,??Introduccion General,??Biografia y Escritos de San Juan Bosco, Biblioteca de Autores Cristianos (BAC), Madri, 1967, p. 3.
  2. Apud Fierro, op.cit., p. 44.
  3. Fierro, op.cit., p. 3.
  4. Fierro, op.cit., p. 10.
  5. Fierro, op.cit., p. 5.
  6. Fierro, op.cit., p. 8.
  7. Memorias del Oratorio,??in??Biografia y Escritos de San Juan Bosco, BAC, p. 76, nota 16.
  8. Discurso de 3 de abril de 1932, in??Biografia y Escritos de San Juan Bosco, p. 11.
  9. Fierro, op.cit., p. 45.
  10. Fierro, op.cit., p. 45.
  11. Mem??rias del Oratorio,??p. 131, nota 65.
  12. Mem??rias del Oratorio,??p. 74.
  13. Mem??rias del Oratorio,??p. 75.
  14. Fierro, op.cit., p. 11.
  15. Fierro, op.cit., p. 9.
  16. Pe. G.B. Lemoyne,??Vita di San Giovanni Bosco, Societ?? Editrice Internazionale, Torino, 1975, p. 394.
  17. Lemoyne, op. cit., p. 391.
  18. Lemoyne, op. cit., pp. 512-513.
  19. Fierro, op.cit., pp. 54-55.
  20. Memorias del Oratorio, p. 293.
  21. Memorias del Oratorio, p. 293.
  22. Memorias del Oratorio, pp. 374-375.
  23. Mem??rias del Oratorio,??p. 375.
  24. Memorias del Oratorio,??pp. 366-367.
  25. Memorias del Oratorio,??p. 376.
  26. Memorias del Oratorio,??p.378.
  27. Memorias del Oratorio,??p. 400, nota 20.
  28. Lemoyne, op.cit., p. 654.
  29. Lemoyne, op.cit., p. 660.
  30. Lemoyne, op.cit., p. 666.