Paraguai-Cuba: dois pesos e duas medidas
Publicado em: 24-06-2012 | Por: bidueira | Em: Pol??tica Internacional
0
Os governos de esquerda, radicais e moderados, ao mesmo tempo em que pressionam o Paraguai, abrem as portas dos m??ximos organismos regionais como a OEA, o Mercosul e a Unasul ?? Cuba comunista.
1. O Poder Legislativo do Paraguai destituiu o esquerdista presidente Lugo em uma r??pida e quase un??nime vota????o na C??mara dos Deputados e no Senado. 76 deputados, de um total de 80, e 39 senadores, de um total de 45, votaram a favor da destitui????o. Os legisladores paraguaios alegam que se basearam estritamente na Constitui????o, a qual permitiria processos r??pidos de destitui????o. Os governos mais radicalmente esquerdistas e anti-democr??ticos da regi??o, Venezuela, Bol??via e Equador, come??aram a rasgar as roupas e falam de golpe. Governos da esquerda mais moderada estudam a possibilidade de suspender o Paraguai de organismos regionais como o Mercosul e a Unasul, alegando que violaram-se as denominadas “cl??usulas democr??ticas” que constam dos estatutos de ambas as entidades internacionais, das quais o Paraguai ?? membro.
2. O concreto ?? que tanto os governos da esquerda radical quanto os governos da esquerda moderada, ao mesmo tempo em que agora come??am a pressionar o Paraguai, abrem as portas dos m??ximos organismos regionais como a OEA, o Mercosul e a Unasul ?? Cuba comunista. O “eixo” de governantes de esquerda, radicais e moderados, abrem portas, bra??os e cofres aos ditadores comunistas, apesar de que em Cuba violam-se desde h?? mais de meio s??culo todos e cada um dos princ??pios democr??ticos que hoje se alegam para condenar a complexa situa????o pol??tica paraguaia.
3. A recente visita do presidente do Ir??, Mahmoud Ahmadinejad,
?? Am??rica Latina, passou para um segundo plano por causa da crise institucional no Paraguai, mas n??o conseguiu diminuir a import??ncia intr??nseca desse giro, o segundo em seis meses.
4. Na Venezuela, Ahmadinejad fortaleceu os v??nculos econ??micos e estrat??gicos com o governo de Ch??vez, que incluem a fabrica????o de equipamentos militares para o Ex??rcito venezuelano e a colabora????o no plano da energia nuclear.
5. Na Bol??via, o presidente iraniano tamb??m estreitou la??os militares com o governo do esquerdista Evo Morales, incluindo a ??rea da intelig??ncia militar, estabeleceu acordos para a explora????o das ricas jazidas de ur??nio dessa na????o andina e fortaleceu o “eixo” anti-norte-americano no continente.
6. Tanto na Venezuela quanto na Bol??via, dirigentes opositores, personalidades da sociedade e especialistas alertaram sobre o perigo que representava essa alian??a com o Ir?? para as soberanias dos respectivos pa??ses. Tamb??m ficou claro o objetivo de fortalecer as For??as Armadas, na medida em que v??o se transformando em fatores potencialmente revolucion??rios e de suporte para a continuidade de regimes esquerdistas.
7. No Uruguai, no mesmo sentido, tiveram ampla repercuss??o as declara????es da senadora Luc??a Topolansky, esposa do presidente Jos?? Mujica, ambos ex-guerrilheiros tupamaros, manifestando seu objetivo de “fazer um trabalho nas cabe??as” dos membros das For??as Armadas uruguaias, para p??-los do lado da Frente Ampla e assegurar a continuidade do projeto hegem??nico da esquerda uruguaia. A senadora Topolansky, passando por cima de preceitos constitucionais que determinam a neutralidade pol??tica dos militares em atividade, chegou a estabelecer uma meta para a primeira etapa da infiltra????o ideol??gica nas For??as Armadas uruguaias: contar com “um ter??o da oficialidade” e com “a metade da tropa”.
8. O plano Ahmadinejad e o plano Topolansky parecem coincidir, cada um ?? sua maneira e em seus respectivos ??mbitos de influ??ncia, em um mesmo objetivo de capta????o das For??as Armadas para eventuais aventuras revolucion??rias. Para alcan??ar esse objetivo hegem??nico, se dever?? obter uma conseq??ente desconstru????o de princ??pios e mentalidades dos membros das For??as Armadas que ainda possam oferecer resist??ncia a essas aventuras.
9. Diante de ambos os planos impulsionados pelo presidente Ahmadinejad e pela senadora Topolansky, nenhum dos governantes regionais fez a menor advert??ncia ou manifestou o menor sinal de inquieta????o. S??o os mesmos governantes que hoje clamam aos c??us pela crise institucional paraguaia, alegando cl??usulas democr??ticas estabelecidas em pactos continentais. S??o os mesmos governantes que alegam o princ??pio da n??o-interven????o nos assuntos internos de outros pa??ses para abrir os bra??os aos ditadores cubanos e para abrir as portas ?? Cuba nos mais importantes organismos continentais.
S??o dois pesos e duas medidas injustas, arbitr??rias e inaceit??veis.
Destaque Internacional – Ano XIV – n?? 349 – Madri – S??o Jos?? da Costa Rica – Santiago. Domingo, 24 de junho de 2012. Editorial interativo. S??o bem-vindas as sugest??es, opini??es e cr??ticas. Pode-se difundir livremente, inclusive sem citar a fonte.