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Por uma ironia da Hist??ria, o julgamento sum??rio e o consequente Golpe Internacional de Estado contra o Paraguai padeceram exatamente dos v??cios que se alegam contra o Poder Legislativo paraguaio.
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Armando Valladares (*)
Miami (FL), 30 de junho de 2012
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Na sexta-feira, 29 de junho, a Dupla Alian??a Mercosul-Unasul promoveu um virtual Golpe Internacional de Estado contra o Paraguai, suspendendo-o como pa??s-membro. Mercosul e Unasul reeditaram assim, no plano pol??tico, a chamada Tr??plice Alian??a, um pacto militar articulado no s??culo XIX por dois pa??ses gigantes lim??trofes contra esse pequeno pa??s sul-americano.
A escusa para esse novo golpe dos governos sul-americanos contra o pequeno Paraguai foi a de que a destitui????o do ex-presidente Lugo pelo Poder Legislativo teria violado as regras de jogo democr??ticas e que o mandat??rio n??o teria tido todo o tempo necess??rio para se defender devido ?? celeridade do processo de destitui????o.
Por uma ironia da Hist??ria, o julgamento sum??rio e o consequente Golpe Internacional de Estado contra o Paraguai padeceram exatamente dos v??cios que se alegam contra o Poder Legislativo paraguaio. A contradi????o n??o poderia ser maior nem mais flagrante. Foram violadas sistematicamente as normas mais elementares da justi??a, da equidade, do respeito e da conviv??ncia democr??tica entre Estados, a ponto de o novo Presidente do Paraguai, Federico Franco, e seu chanceler terem sido proibidos de participar das reuni??es do Mercosul e da Unasul. Os gigantes condenaram o pequeno Paraguai sem sequer dar ??s suas autoridades a menor possibilidade de se defenderem.
A jornalista T??nia Monteiro, enviada especial do jornal brasileiro ???O Estado de S. Paulo??? ?? reuni??o Mercosul-Unasul, revela que os mandat??rios do Mercosul, enquanto tramavam a expuls??o do Paraguai por uma porta e articulavam a n??o menos sum??ria entrada da Venezuela chavista pela outra, n??o conseguiam ocultar a preocupa????o de que essas decis??es arbitr??rias possam ser denunciadas pelo governo paraguaio ante as cortes internacionais de justi??a e organismos an??logos.
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Cupula do Mercosul em Mendoza: Venezuela “democr??tica” sim, Paraguai “golpista” n??o! |
Por ocasi??o de acontecimentos pol??ticos, sociais e at?? criminais de envergadura, para encontrar as motiva????es profundas de seus protagonistas e identificar devidamente os respons??veis, os analistas costumam levantar a cl??ssica pergunta: A quem favorece o ocorrido?
No caso do Golpe Internacional de Estado contra o Paraguai, tal pergunta resulta sup??rflua em 50%, pois fica claro que se aproveitou da suspens??o desse pa??s para colocar no Mercosul a Venezuela chavista, inclus??o esta cujo maior obst??culo provinha precisamente do Senado paraguaio. Os outros 50% encontram sua resposta no ??nimo pr??-castrista quase generalizado dos mandat??rios presentes, os quais na recente C??pula das Am??ricas rasgaram as vestes por ter sido vetada a presen??a do ???democr??tico??? regime comunista de Cuba que h?? mais de meio s??culo comete um sistem??tico e criminoso genoc??dio material e espiritual contra minha querida P??tria cubana.
A quem favorece ent??o esse Golpe Internacional de Estado contra o Paraguai promovido por essa sui generis Dupla Alian??a Mercosul-Unasul? Sem d??vida, ao ???eixo do mal??? chavista-castrista da Am??rica Latina.
Em 2009, ao produzir-se em Honduras a destitui????o do presidente pr??-chavista Manuel Zelaya, levantou-se, da parte de mandat??rios, dirigentes esquerdistas, pr??-esquerdistas e inocentes ??teis do Hemisf??rio, uma das maiores gritarias internacionais jamais presenciadas.
Poucos dias antes da destitui????o de Zelaya, a OEA, reunida em Honduras e tendo ?? frente seu nefasto secret??rio-geral, havia aberto de par em par suas portas para a Cuba comunista, sem impor-lhe condi????es.
Na condi????o de cubano e de ex-preso pol??tico que passou 22 anos nas masmorras de Cuba, e tamb??m na de iberoamericano, assumi imediatamente a defesa de Honduras, escrevendo numerosos artigos nos quais denunciava a cumplicidade da OEA com as esquerdas hondurenhas. Mostrei os ???dois pesos e as duas medidas??? da ???pol??tica do garrote??? para Honduras e da ???pol??tica de sorrisos??? para a Cuba comunista, e tamb??m a responsabilidade do kerenkismo pol??tico e eclesi??stico iberoamericano pavimentando o caminho para as esquerdas.
Em 2012, tr??s anos depois da crise hondurenha, minha consci??ncia de cubano e de iberoamericano n??o me permite permanecer em sil??ncio diante de uma conspira????o pol??tica contra a pequena, sofrida e heroica na????o paraguaia. Conspira????o que tem, entre suas lament??veis consequ??ncias imediatas, o fortalecimento do chavismo e, portanto, do cord??o umbilical que a partir da Venezuela mant??m com vida os carcereiros castristas. Pe??o a ajuda da Divina Provid??ncia para a na????o paraguaia, a fim de que ela possa resistir ??s press??es internacionais inspirando-se no conselho do Ap??stolo S??o Paulo: ???Esperando contra toda a esperan??a???.
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Armando Valladares, escritor, pintor e poeta, passou 22 anos nos c??rceres pol??ticos de Cuba. ?? autor do best-seller Contra toda esperanza, onde narra o horror das pris??es castristas. Foi embaixador dos Estados Unidos ante a Comiss??o de Direitos Humanos da ONU nas administra????es Reagan e Bush. Recebeu a Medalha Presidencial do Cidad??o e o Superior Award do Departamento de Estado. Escreveu numerosos artigos sobre a colabora????o eclesi??stica com o comunismo cubano e sobre a ???Ostpolitik??? vaticana em rela????o a Cuba.??